A irmã gêmea da minha imagem
Caminha em forma de sombra em mim grudada
E a cada gesto meu transfigura-se tão rara
Que ninguém percebe de tão comum
E se apercebe nem repara
Por vezes retém dedos e traços
Esconde braços, confunde o dorso
Camufla o esqueleto
Deturpa os reféns detalhes da face
Em face ao que de mim se amolda e sobra
Mas ela, a minha sombra, não é meu lado ruim
E sim o retrato oposto à luz que me alumia
Que nem ofusca, enaltece ou contradiz
Por não ser translúcido o frasco
Não significa o desenho que o povoa
Esquivar-se sem forma e beleza
Deixar de ser intenso ou grato
Nem fantasma, opaco, nem ser nada
A minha sombra vai por mim
A cantos etéreos onde a alma iria sozinha
Mas não se assombra, apenas desalinha
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