A MADRUGADA

 

   A MADRIGADA

                           SUELY BRAGA

 A madrugada boceja. O último cidadão que passou a noite inteira no bar com os amigos, caminha meio trôpego. Há esperança de ônibus em todas as paradas. Os sinais dos semáforos vermelho, amarelos, verdes borram os olhos inquietos da madrugada. Faz Frio. Um homem qualquer parado no Viaduto da Borges de Madeiros

contempla lá em baixo as árvores, que clareiam  com o pisca-pisca das luzes. As esquinas piscam. O olho vermelho do sinal sonolento tonto na cerração pisca.

Apitos ao longe. Passam homens pobres com embrulhos de jornais debaixo do braço. Uma mulher velha vai andando, lembrando-se de outras madrugadas. Vou seguindo pelas praças desertas para receber o beijo da madrugada, onde as estátuas molhadas cabeceiam de sono.

Os primeiros ônibus aparecem. Fico ouvindo de perto os barulhos da madrugada que  dá lugar a um novo dia.

       Osório, 09/02/2016.

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