A NOITE DO CORVO

10801914468?profile=RESIZE_400x

Meia-noite.

A cidade dorme.

No céu, vagas estrelas luzem.

A lua cheia caminha devagar.

 

***

Um corvo gigante singrou os ares

sobre a rua escura

calçada de pedras disformes.

 

***

O ar era úmido

e as igrejas estavam fechadas.

O corvo gigante pousou no cimo do prédio

e abriu suas asas negras.

E o céu se fechou.

 

***

A lua, que antes sorria,

derramou lágrimas de prata

que furaram o negrume da noite

e salpicaram o chão

com gotas argênteas.

 

***

O corvo, de asas abertas,

mantinha a escuridão,

sua íntima companheira.

 

***

As lágrimas da lua

não o comoveram:

“A noite é minha,

nenhuma luz será possível.”

 

***

Voou dali ao chão

e comeu os salpicos da lua

como se fossem grãos.

 

***

Mas, oh, pobre corvo!

Tornou-se iluminado e reluzente

como a própria lua.

 

***

A rua se iluminou,

e o corvo, frustrado,

chorou.

 

***

DADO CARVALHO – 25.08.2011 – 20:50h.

 

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Maravilhoso texto,Dado!

    Parabéns!!!

    Um abraço carinhoso 

  • Linda história, muita criatividade, inspiração e belas figuras de linguagem...Belas metáforas.

    Parabéns prezado Dado Carvalho por Bela Publicação

    Abraços de Antonio Domingos 

    • Muito obrigado, Antonio Domingos. Suas palavras são um grande incentivo. Abraços. 

  • 10802055855?profile=RESIZE_584x

    • Muito obrigado, Angélica!

This reply was deleted.
CPP