AGORA CHORO
Miguel Carqueija
E choro pela minha juventude perdida,
pelos sonhos que se desfizeram,
pela infância deixada para trás,
por uma existência de desgosto e penúria,
pelos ideais evaporados,
pelas amizades perdidas,
por tantas pessoas que morreram,
pelas que sumiram,
pelos projetos não realizados,
pelos romances não escritos,
pelos animais que me estimaram,
pelos anos desperdiçados;
mas peço a Deus a força de ir até o fim,
tendo as feridas como troféus
e entrar na outra vida em estado de graça
que é o que realmente importa.
Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2021.
Comentários
Belo texto em reflexão. Saudações, poeta