AJUSTES

Quanto mais longe pude ir

Foi o momento que pensei

Nas viagens oportunas da vida

Fui sem de nenhum lugar de partida

E por haver chegado e nem ter saído

Dei-me conta ter voltado

 

Sou nuvem densa que se forma e derrete

Onda brava que arrebenta e desmancha

Vento que derruba e se esconde

Raio que explode e apaga

Estrondo que brada e silencia

Maré que enche depois foge

Fogo que aquece e extingue

Gás que pulveriza e some

 

Sou riso que escancara e aquieta

Sal que desce da lágrima

Vertigem que amarela e tonteia

Dor que tortura sem pressa

O cansaço que fatiga a célula

Partícula que protege a veia

Risco do azar sobre a sorte

Saliva cuspida na areia

 

O fio do novelo da lã

Feito o branco cabelo da orelha

Essa agulha que se põe a tecê-la

Entre os dedos da avó persistente

Película que enovela o casulo

E o delírio da foz que enevoa

 

Tudo enfim consumado

Não porque me quis concluído

Modificado por mero descuido

Apenas ao meu tempo ajustado

 

PSRosseto - www.psrosseto.com.br

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Paulo Sérgio Rosseto

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Sensacional!

    Parabéns Paulo!

    DESTACADO! 

  • Um enredo construído com esmero e lirismo peculiar. Parabéns 

This reply was deleted.
CPP