Inúmeras foram as vezes que o soar dos sinos me atingiu
E eu tentava insistentemente olhar além da escuridão
Mas por mais que eu tentasse não identificava sua origem
Ele atravessava o tempo imagino protegido pelas asas do vento
Até que um dia decidi fechar meus olhos
E eu pude vê-lo junto ao meu próprio corpo
Como se os badalos fossem gerados por mim
Como se esse corpo meu corpo fosse uma igreja
E talvez seja mesmo verdade basta olhar o passado
Quantas vezes o profanei através de atitudes impensadas
Quantas vezes fugi para dentro desta igreja buscando abrigo
Quantas vezes me apeguei a imagens acreditando ser o certo
Mas foi ali mesmo dentro destas abençoadas paredes
Que eu pude entender o que considero a verdade
Eu percebi que minha canção minha conversa minha oração
Não tem limites não tem tijolos e sequer precisam deste corpo
Ainda que eu tenha respeito e agradeça por ele
Sei que posso ir além que posso assim como o soar do sino
Atravessar o tempo escrever sobre as asas do vento
Mas ainda sou uma criança e não aprendi a voar
...fico por aqui então olhando através da escuridão...
Deus nos abençoe
Carlos Correa
Comentários
Muitas vezes buscamos muitas coisas fora de nós, quando, na verdade, as coisas que buscamos estão em nós.
Belo e reflexivo texto!
Aplausos!
Obrigado Edith por estar aqui, Deus a abençoe