Amor que Resiste
Por vezes, o amor tem um silêncio que paira sobre os lençóis brancos,
Num quarto aquecido apenas pela meia luz de vela e cruas lembranças.
Outras vezes, surta um grito calado diante das imprecisões de um futuro,
Como se o tempo crucificasse peças nas sobras de combalida alma.
Vivemos os desencontros como quem aceita
O sol quente do verão ardente, a queimar o rosto.
Tudo parece belo, mas o que temos é a sombra de um resto que se esvai.
Eu mesmo assim, sei
Que tu eras, és e serás
Um fulgor de brilho de um luar que insiste em provocar minha áurea, mesmo na distância.
Há sentimentos de exaustas saudades,
Que me acompanham por sombras eternas.
As recordações que vêm do perfume do teu cabelo nas alvoradas.
Nossas boas memórias que se entrelaçam às estrelas e às galáxias estelares
E o azul do céu que já foi só nosso,
Mas que agora brilha em silêncio como uma tortura.
Fim
A Domingos
Abril 2025
https://youtu.be/n-VoBUsXWJI?si=3j9Z3ebhUqwy6ZUZ
Ernesto Cotazar
Comentários
Poeta Antonio, teu poema é um prelúdio de saudades que me leva ao limiar das emoções. O amor, mesmo quando abdica da presença, borboleteia na memória, abstêmio de toques. Não é tampouco ambíguo: é um eterno dormitar de sentimentos. A música de Cortazar dá um toque de requinte à sua bela tapeçaria, portanto, meu amigo, uma nota deeezzz para um poema proeminente! Saudações do bem! #JoaoCarreiraPoeta.
Uma honra sempre ter a sua inteligente e generosa apreciação.
Seus valiosos estão é um grande incentivo para nós leitores.
Muito obrigado e Abraços fraternos prezado Poeta João Carreira.