Amor Terminal
Verseja nas minhas costas, oh bandida!
pois todo o teu pranto tem origem na dor
quando explodem em pus a doente ferida
fétida tua origem e fétido o teu odor.
Devora-me a carne que podre é carniça
há um corvo dilacerando o meu coração
escreva o poema como a uma negra missa
com sua baba visguenta que escorre no chão
Adoce meu café com a peçonha da serpente
invés de manteiga passe cianeto no meu pão
no teu lábio cruel há um sorriso indecente
e no teu olhar vejo o mal e a destruição
Sempre a cada dia esta realidade me estupora
recorta-se e sangra no afiado fio de diamante
são meus tristes os dias na amargura da aurora
choro estas lagrimas neste assombro redundante.
Alexandre Montalvan
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