Antigas lembranças

A música ultrapassa a barreira do tempo
Tem a capacidade ímpar de dilatar limites
Ela invade sem dó ou permissão e traz do
Íntimo sentimentos perdidos na escuridão

Foi aqui neste abençoado lugar
Exatamente em frente a este piano
Não me recordo ao certo em que ano
Mas foi aqui que o vento começou a soprar

E quantos o culpam por suas quedas
Não entendem que a tempestade
É a forma que o vento encontrou
Para nos avisar para nos chamar atenção

Será que os lampiões da noite irão trazer
Para cada um de nós a compreensão?
Que a depressão de hoje é a arrogância do passado?
Que os excessos de ontem hoje surgem como privação?

Eu te agradeço querido vento meu irmão
Pelas vezes que agitou o mar levantou as ondas
Me fez nadar e mudar de direção
Pelas outras que não o ouvi te peço perdão

Eu sei através das folhas caídas ao chão
Que palavras e poesias podem tocar um coração
Ah vento que os versos do luar e das estrelas
Não despertem sentimentos acima da afeição

Porque quando a canção terminar
Quando a noite estiver chegando ao fim
Tudo que quero é que os versos
Dos quais fui instrumento tenham seguido junto de ti
E que com carinho lembrem de mim

Mas a música me diz que uma nova manhã se aproxima
Realoco então as antigas lembranças
O que era mágoa agora na gaveta do abraço
O que era dor agora um velho retrato

Que seja bem-vindo esse novo dia

Fiquem com Deus
Carlos Correa

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