Algumas vezes eu crio coragem e enfrento o espelho
Fico um tempo olhando e tentando ver quem está ali
E percebi que dentro da cartola não há mais coelhos
Dessa vez eu me dei conta de que de fato envelheci
Talvez imaginem ser pela minha pele já tão sulcada
O tônus se foi há algum tempo as manchas vieram
E essas são mostras de que a idade caminha focada
Mas a velhice percebi quando outros sinais chegaram
Algo que me incomodou muito mais...
Procurei em meus olhos aquele oceano voraz e preciso
E vi um mar fosco sem atrativos frio poluído por mim
Foi então que me dei conta já não havia mais sorrisos
Naquela noite juntei meus retalhos e me fiz de arlequim
Dali em diante a cada madrugada eu voltava ao espelho
Cansado de sonhar com as mesmas imagens tirava a fantasia
Sem a maquiagem aquele sorriso que se escondia atras do vermelho
E das cenas emocionadas de filmes antigos deitava nas teclas e escrevia...
Deus abençoe os que ainda sonham e os que desistiram
Carlos Correa
Comentários
Também destaco. O texto nos remete a uma realidade insuperável. Parabéns Carlos.
Eu espero sinceramente que isso seja apenas verdade em relaçao a pele, ao tonus, as manchas...
Obrigado querida amiga, de todo coração; Deus a abençoe
Impecável! Parabéns, caro poeta.
Obrigado Lilian, obrigado minha amiga, Deus a abençoe
Muito lindo.... é essa a realidade, não adianta fugir. Parabéns, Carlos!
DESTACADO
Um abraço
Sim Márcia, não há como fugir..a fantasia a maquiagem será sempre necessária. Obrigado por sua presença que me faz sorrir. Deus a abençoe
Infelizmente, as fotos e os espelhos não mentem jamais destancando nossas rugas.
Belo poema.
Parabéns.
Um forte Abraço.
#JoãoCarreiraPoeta.
Sim...obrigado meu amigo, Deus o abençoe