Arlequim

Algumas vezes eu crio coragem e enfrento o espelho
Fico um tempo olhando e tentando ver quem está ali
E percebi que dentro da cartola não há mais coelhos
Dessa vez eu me dei conta de que de fato envelheci

Talvez imaginem ser pela minha pele já tão sulcada
O tônus se foi há algum tempo as manchas vieram
E essas são mostras de que a idade caminha focada
Mas a velhice percebi quando outros sinais chegaram

Algo que me incomodou muito mais...

Procurei em meus olhos aquele oceano voraz e preciso
E vi um mar fosco sem atrativos frio poluído por mim
Foi então que me dei conta já não havia mais sorrisos
Naquela noite juntei meus retalhos e me fiz de arlequim

Dali em diante a cada madrugada eu voltava ao espelho
Cansado de sonhar com as mesmas imagens tirava a fantasia
Sem a maquiagem aquele sorriso que se escondia atras do vermelho
E das cenas emocionadas de filmes antigos deitava nas teclas e escrevia...

Deus abençoe os que ainda sonham e os que desistiram
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=R9kdoNmpARM

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Comentários

  • Gestores

    Também destaco. O texto nos remete a uma realidade insuperável. Parabéns Carlos.

    • Eu espero sinceramente que isso seja apenas verdade em relaçao a pele, ao tonus, as manchas...

      Obrigado querida amiga, de todo coração; Deus a abençoe

  • Impecável! Parabéns, caro poeta.

  • Muito lindo.... é essa a realidade,  não adianta fugir. Parabéns, Carlos!

    DESTACADO

    Um abraço 

    • Sim Márcia, não há como fugir..a fantasia a maquiagem será sempre necessária. Obrigado por sua presença que me faz sorrir. Deus a abençoe

  • Infelizmente, as fotos e os espelhos não mentem jamais destancando nossas rugas.

    Belo poema.

    Parabéns.

    Um forte Abraço.

    #JoãoCarreiraPoeta.

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