As Reflexões Ficam... (Partilha de Mim)

AS REFLEXÕES FICAM...
Em meados de 2006, um dia estava sentado num banco da Praça do Santuário em Divinópolis, Minas Gerais, onde antigamente eu residia. Meu sentimento naquela ocasião era de profunda desconsolação, pensava na vida, no meu futuro incerto... De repente, eis que aparece um religioso, protestante ou católico, não sei dizer, e sentou-se no mesmo banco.
Perguntou-me como eu estava e se queria conversar. Sabe, olhei para ele como se quisesse atingi-lo com um raio e respondi: Não quero nada! Só quero ficar sozinho! O religioso engoliu bem a seco aquelas minhas palavras, e olhando fixo para mim meio que constrangido, disse: Tudo bem. E saiu. Lembro muito bem disso, como se fosse hoje. Fiquei ali refletindo com os meus “botões” o amargor daquele tempo de incertezas e interrogações.
Não demorou muito, passado alguns dias, liguei a TV em casa e fui mudando de canal, a fim de encontrar algo de interessante e descontraído. Assim que entrou o canal da Canção Nova, parei ali e curiosamente comecei a assistir o programa “O Amor Vencerá”, com a apresentadora Luzia Santiago. Certo agrado pelo programa me despertou. O jeito dela de conduzir, de falar, de orar, de sorrir, uma voz suave... Um olhar risonho...
Não parei mais de acompanhar as programações da Canção Nova, especialmente “O Amor Vencerá”. Daí as pregações, a Escola da Fé, a Direção Espiritual (escrevi até uma carta para o Padre Fábio de Melo), e outras programações que, gradativamente, conquistaram o meu interesse.
Diante de tudo isso, iniciou-se uma vida de “Beato”, por assim dizer: lia muito, escrevia muito, debatia nas redes sociais, defendia em tudo a Igreja Católica, defendia a vida em geral... Tudo no mundo estava errado, profano; fiquei dotado de um radicalismo chato e desejava converter a todos ao meu redor. Eu Tinha sede das coisas da Igreja, das coisas de Deus; por outro lado, eu me isolava das pessoas, por não me compreenderem nem compartilharem das minhas convicções.
Mesmo assim seguia com as minhas leituras, redações, redes sociais, programações, porém, uma vida de consciente solidão: só eu e Deus, contra o mundo... Mas vida de “Beato” é assim, não é? Uma cruz a se carregar. Pelo menos houve algum proveito, pois conheci a Deus e seus Mandamentos; conheci a Igreja e seus Dogmas, sua Tradição. Daí, pois, criei as minhas Reflexões em meio a tantos questionamentos e conclusões, durante os anos em que a minha fé ainda ardia em brasa.
Passaram-se cerca de dois anos apenas (2006-2007) que a minha vida de “Beato” ensinou-me de Deus, mas ensinou-me também sobre os homens, sobre o mundo. Numa das vezes quando fui me confessar na Igreja, depois da minha confissão, certo Padre me perguntou: Por que você se castiga tanto? O Coração de Jesus também é humano e por isso entende o seu pecado. Não se puna tanto!
Pois é... Eis que agora sou normal, sou comum. Só conto com a Misericórdia Divina e a minha religião se chama, “Fazer o Bem”, ou seja, não me tornar um “tropeço” para a sociedade e sim um “degrau”. Católico sim, muito convicto! Ficam agora as Reflexões, as quais possam ser de algum proveito de alguém, assim como é para mim.

Alcebíades Júnior - 08/08/2017.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Um texto fantástico abraços 

    • Oi Poetisa do Amor... Que honra da sua segunda visita... Volte sempre, é um prazer recebê-la em minhas páginas... Caloroso Abraço!

  • Poeta Alcebiades um texto que deixa uma bela

    margem para se refletir meus parabéns abraço...

    • Mas a ldeia é essa mesmo, poetisa: Refletir. O Sentido da vida é Deus! Grato por sua visita e apreço. Grande Abraço!

  • Magistral belíssimo abraços 

    • Grato por sua visita e apreço, poetisa do Amor... Grande Abraço!

  • Que texto bom de ler e muito profundo, amigo! Você, de início

    estava sem querer nada, nem um bate papo; depois, procurando

    algo para preencher seu vazio, assume a fé, tornando-se radical.

    Mas, graças a Deus veio o equilíbrio e hoje é um cristão católico

    normal. Parabéns! Amei seu texto, querido poeta! Bjs.

    • Verdade, mas é tudo parte de um processo, não é mesmo? Hoje, quando penso na Radicalidade daquela época, sinto-me Envergonhado acho que foi Ridículo. Não precisava ser assim... Mas, a pedra Bruta torna-se finalmente uma Escultura lapidada. Grato por sua visita e apreço, querida poetisa... Grande Abraço!

  • Profundamente lindo e reflexivo texto. Parabéns!

    • Muito Obrigado, querida Marsoalex, por sua Ilustre visita e apreço... Grande Abraço, poetisa!

This reply was deleted.
CPP