CANTINHO

 

Sou o poeta da solidão

Talvez o último dos românticos

A cantar as desventuras da vida

Reverberar os desencantos da alma

As tristezas do coração

 

Confesso a você, caro leitor

As razões de meu sofrer

O amor que em mim se instalou

Mas ao fim não prosperou

Mais doído não poderia ter sido

Um relicário de tristezas

O fim do que sequer começou

 

Estou solto neste  mundo

Não tenho onde  ficar

Não sei  pra onde ir

O que me resta fazer

Encontrar alguém que me acolha

Me abrace e me dê seu carinho

Divida nem que seja um cantinho

Pra expulsar de uma vez por todas

A solidão que ocupa meu ninho

F J TÁVORA

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