Estavam velhos demais
Para serem usados
E num canto qualquer simplesmente
Eles foram jogados
E seguiram muito tempo comigo
No mais estreito contato
Alheios a tudo e a todos
Meus pobres sapatos
Eles sabiam dos meus passos em falso
Degrau por degrau
Fosse na chuva, no sol, meus sapatos
Amigos sem igual
E carregaram o peso dos meus ombros
Eu que nem lhes dei um nome
Na sapiencia que meu pai me deixou
Que é saber por onde começa o homem
Sedimentando todos os meus tropeços
Alicerçando-me nos saltos
Consolidando a base que se ergue
Sobre meus pés... Meus sapatos!
Meus pobres sapatos
Em qualquer canto, jogados
Sabem bem o que eu sou...De fato
Me perdoem... Meus sapatos.
(Petronio)
Comentários
Parabéns Petrônio!!