Quem são essas pessoas
que andam pelas estradas
desprovidas de qualquer tudo
como quem não quer nada
Seriam seres errantes
essa gente descamisada
ou na verdade, pensantes
numa pátria mal amada
Andam sem rumo certo
em busca de algum sonho
atravessam este deserto
de um mundo enfadonho
Gente por todos os lados
passam no vai e vem
seus olhos estão vendados
não veem, não lhes convém
Qual vida eles levavam
até decidirem partir
ainda podem sorrir?
O que pensam eles de nós?
uma gente inteligente
que transita de lado a outro
mas nunca está contente
Ah! se eles pudessem,
uma história nos contar
seria então uma fábula
de um cavaleiro sem lar
um desejo reprimido
um fracasso escancarado
uma forte desilusão
ou um ser abandonado
É gente do mesmo sangue
e um fardo a carregar
um poeta, um cantador
que procura o seu lugar
Maltrapilhos, andarilhos
caminham em solidão
nas costas levam o seu mundo
ilusão, ilusão, ilusão…
Comentários
Maavilhoso Poema de cunho humanista... Intrinsecamente leio a desuma distribuição de renda que coloca o ser humano, nossos irmãos em situação precária de vida.....
" O maior bem que um ser humano pode ter em sociedade é a sua cidadania"
A desorganização mental causada pela extrema pobreza leva o ser humano a condição de nem saber se situar em sociedade, e aí, vira um maltrapilho sem destino.
Parabéns Tânia por belíssimo poema e valorosos sentimentos , quem sabe, de piedade
P
Abraço de Antonio Domingos