CIGANITA… EU CÁ NASCI
Olhei a pequenita cigana que se estava aproximar,
Com a sujita mão estendida, e tristeza no olhar,
Fazendo os gestos de quem estava com fominha…
Na esquina, ficou a cigana com duas já cresciditas,
Que se eram dela não sei, só vi que eram bonititas,
Mas precisando dum bom banho e roupa limpinha.
Apontou p’rá boquita no gesto de querer comer,
E eu logo fiquei sem jeito e sem saber o que fazer,
Olhando a criança que estava p’ra mim a olhar…
E pergunto: porque tudo isto está sucedendo…?
Porque as crianças estão nesta pobreza nascendo...?
E os pais, porque nada fazem para a vida mudar...?
… porque, estas crianças que p’ra nascer não pediram,
Caem logo no que a miséria tem de triste e profundo…
Pois, se no ventre materno a miséria já sentiram
Ainda mais a sentem, ao nascerem neste pobre mundo.
… e sentindo esta tristeza no coração a entrar,
Do saco das compras que tinha na mão,
Dei-lhe os bolos de que tanto gostava… mais o pão,
Restando-me as perguntas p’ra continuar a perguntar.
(J. Carlos - Março. 2018)
in (Horizontes da Poesia –10ª. Antologia/2018)
Imagem da Net
Comentários
Amiga Poetisa Angélica, Feliz pela sua visita, leitura e incentivador comentário... que muito agradeço.
O meu Fraterno abraço e desejos de... um Bom fim de semana.
J. Carlos
Simplesmente, um simples poema, destes meus olhares p'ró mundo, aqui deixados nas... "Poesias... do Tempo que Passa".
Ás Amigas e Amigos, Poetisas e Poetas que me venham visitar e lêr este meu poema, o meu Muito Obrigado.
Fraterno abraço... D'Áquém-Mar.
J. Carlos