A Rosa Vermelha E O Beija-Flor
Um cheiro gostoso e poético para você que me lê.
Caso você não saiba. Eu estou na gélida Patagônia.
Ontem. Eu visitei o senhor Lapisito e a senhora Borrachita. Foi uma visita exuberante. Bem interessante mesmo.
Mas, hoje estou visitando uma linda mansão.
Nela tem um pulquérrimo jardim de cinema.
Neste encantador horto fiquei conhecendo uma sensual e belíssima senhorita por nome de Rosa Vermelha.
Suas pétalas de cor carmesins são como um pôr-do-sol.
Que pinta o horizonte com arrebatamento.
Meus olhos estavam idílios olhando para aquela rosa. Cheio de paixão.
Vi também, uma sublime tapeçaria de flores que dava forma a um buquê, envolvendo a minha senhorita.
Este jardim é uma verdadeira obra de arte. Para ajudar, o céu estava azul safira.
E o belo jardim cheio de fragrância única.
Eu tive a cognição de que o palco estava montado para as idas e vindas de um desembaraçado, ou hábil beija-flor.
Este pássaro beijava flor por flor.
Ao mesmo tempo, o brilho das estrelas tremeluzia a plumagem do elegante cortesão.
Este jardim parecia uma miragem arquitetada pela obra divina arte.
Entretanto.
Certa tarde, enquanto o sol dava um banho de raios dourados em toda área.
A senhorita Rosa Vermelha (que furou meu coração), a musa eterna do amor e do mistério.
Dirigiu-se ao paquerador o senhor Beija-flor.
Este dançava para lá e pra cá. Até pairava no ar.
"Por que voas tão ligeiro, se o néctar está aqui comigo por inteiro?".
Indagou a rosa, sua voz um murmúrio suave entre o zumbido das abelhas e o canto distante dos rouxinois.
O meu ilustre concorrente Beija-Flor, metáfora alada da liberdade e do movimento incessante, respondeu sem hesitar.
Suas palavras dançavam como pétalas ao vento.
"Se fico parado, não posso dançar!", disse ele, cada sílaba uma nota na melodia alegre do seu voo.
Minha senhorita Rosa Vermelha, eterna e serena, contemplou a resposta com a sabedoria das que permanecem enraizadas.
Toda faceira.
Ela era a antítese do Beija-Flor:
Enquanto ele representava a efemeridade e a mudança, ela simbolizava a constância e a paciência.
"Nós, flores, dependemos do solo e do tempo", refletiu a minha senhorita em silêncio, mas você, pequeno trovador, é a própria essência da liberdade."
De repente, minha percepção desperta. Sim.
Eu percebi que ali eu, mesmo apaixonado por uma Rosa Vermelha, não teria chance alguma.
Haja visto que, eu estava fora do meu habitat. E nunca teria a elegância de um beija-flor.
Assim, o balé eterno do jardim era acachapante, o Beija-Flor continuou sua dança, beijando cada flor com a leveza de um sussurro, enquanto a rosa observava, sua beleza realçada pela quietude e pela firmeza.
Desse jeito, eu entendi o contraste harmonioso entre movimento e quietude, o jardim florescia, um poema vivo onde cada ser tinha seu papel, cada interação uma estrofe na canção infinita da natureza.
Pow!
Eu me despertei do meu sonho impossível.
Despertado. Eu finalizei.
Parecia a história de Romeu e Julieta.
Até porque, O beija-flor dançava, a rosa observava, e juntos, sem jamais se tocarem, narravam a história do amor que se manifesta em formas diversas, cada uma essencial à beleza do todo.
E assim, este poema é majoritariamente mágico.
E sob o véu do crepúsculo, o jardim resplandecia, um soneto em flor, onde cada verso era escrito com o néctar da vida e o sopro da eternidade.
Um forte abraço inté a próxima.
#JoaoCarreiraPoeta. — 28/07/2024. — 8h24
Comentários
Maravilhosooooo! Encantada com tanta beleza. Parabéns, João!
Um abraço
Uauuuuuu! Muito obrigado Márcia fico lisonjeado com teu encantamento. E no negrume da minha noite poética e te agradeço de coração.
Magistral J. Carreira. Felicitações.
São dois símbolos da natureza soberbos.
Magistral é teu comentário Margarida. Gratidão sempre.
Boa tarde, escritor. Conto muito bonito e envolvente. Parada obrigatória na tua página.
Grande abraço
Congratulações poetisa. Um ótimo fim de tarde.