Curvinha da estrada

Nesta curvinha da estrada,

Onde passa boi e também passa boiada.

Existe um lugar, debaixo da árvore,

Que sempre alguém se apavore.

 

Passando por ali, ouvindo uma canção,

Escuta um forte barulho, uma assombração.

Faz o homem correr,

Tremendo de medo, podendo até morrer.

 

A lenda diz que o escravo Manoel,

Que lia e escrevia em um papel.

Fugia da labuta todos os dias,

Para contar as suas alegrias.

 

Em um dia de sol forte,

Com vento soprando do Norte.

O capanga da fazenda do Padilha,

Escondeu no mato e fez a armadilha.

 

Pobre Manoel foi pego,

Levado para um rego.

Sofreu com todas as chicotadas,

Nos risos e piadas.

 

Morreu o pobre coitado,

Sendo enterrado, ali todo açoitado.

Sobre o corpo fraco e ensanguentado,

Seu escrito novo, todo amarrotado.

 

Quem ali passa escuta um gemido,

Das açoitadas levadas pelo fugitivo.

Belos versos são ouvidos,

Para amenizar os gemidos.

 

 

 José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras

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José Carlos de Bom Sucesso

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Comentários

  • Uma bela história com base na cultura popular. Assombração não é nada de bão e com castigos nem se fala.

    Não existe poema triste ou alegre, existe o Poema em si.OK

    Parabéns por este poema e lindo texto que escorrega fácil em nossa leitura.

    Abraço de Antonio Domingos

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