PUBLICADO no CPP
De Improviso
Andei vagando por entre flores
Flores lindas do cerrado
Flores sem nome
Não catalogadas por um homem
Fui desbravando caminhos
Com o perfume destas flores
Burilando meus torrados braços
As folhagens me cediam abraços
Eu sonhava com o céu de amores
Eu me permitia ver os ninhos
Dos pássaros vermelhos de vergonha
De tanta pródiga natureza dizer
Que ali estava embaixo dos meus pés
Namorava o pôr do sol a tardinha
Querendo se esconder de timidez
De tanta beleza em arte alhures
De pés descalços na bendita terra
Amarronzada e abençoado pelo destino
Não era mais um desatino
A noite o frio descia sem pena
Um velho casaco de couro sujo
Surrado e gasto por um tempo inócuo
Fazia as honras de meu corpo enrugado
Mas a força muscular dobrava
Diante de tantos milagres
Os fios de água límpida
Corria por atalhos bem arrumados
Era a vida organizada muito plena
Água de beber, de lavar as mãos
De calar o calo dos pés
Pés que andam por um destino
Fim
ADomingos
2023
Comentários
Muito lindo mesmo!! todo poesia adorei um verso em especial, mas todo o poema!! que maravilha!!
(...) Burilando meus torrados braços
As folhagens me cediam abraços (...)
Toda a poesia é linda! é um encanto ler-te ! obrigada por este momento!
Beijos de poesiaaaa
Chantal
Muito obrigada amiga Chantal pelas palavras gentis.
Uma honra ter a sua leitura
Abraços de Domingos
Obrigado amigo de coração
Parabéns! Muito bom o seu texto!
Obrigado amiga de coração
Abraços
Parabéns caro A. Domingos. A jornada virtual de seu poema (nesse mundo simbólico das emoções), remeteu-me às doces rememorações de caminhadas nos campos cerrados do Brasil. Afinal, nossos microcosmos refletem as paisagens onde emoções foram vivenciadas... Seu poema é um relato metafórico de um Saint Hilaire a herborizar no jardim dos sentimentos. Abraço; j. a.
Obrigado amigo de coração
Belíssimo texto, A. Domingos.
Obrigado amiga de coração
Lindissimo! Parabéns, Antonio!
DESTACADO
Um abraço