Degredo

Degredo

É dia ainda e a noite me põe medo.
A noite me traz dor, eu me entristeço:
Viver nesta agonia, não mereço.
Quem dera não sofrer este degredo.

Neste exílio escondo o meu segredo;
Se vejo o amanhecer, eu me aborreço:
Sofrer neste silêncio tem um preço;
Fazer o coração qual um rochedo!

É triste ver o dia indo se embora.
E aumenta mais o medo e me apavora:
Que me ajoelho no quarto em oração.

Contar este segredo sem demora:
É ficar só, chorando, de hora em hora;
E ter que conviver co’ a solidão!

Márcia Aparecida Mancebo
( 11/08/24)

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Comentários

  • Gestores

    Eu, ao contrário, confio na noite.

    Só existe trevas se você não ver a luz.

    Maravilhoso poema, Márcia.

    DESTACADO.

  • a gente sente de onde está...como é lindo seu poema...Deus a abençoe

    • Obrigada Carlos pela visita e comentário.

      Um forte abraço 

  • marcia

    de dia já é dificil viver e resolver assuntos

    e a noite piora tudo estando solitario

    parabéns

    um abraço

  • Um verdadeiro exílio, um desterro poético amargurado. Nem só de coisas pulquérrimas vive um verdadeiro poeta. Parabéns poetisa Márcia.

  • Desoladora poesia. O eu lirico se esmerando em expressar a angústia do coração. Parabéns, Márcia.

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