Diálogo Pedro e Paulo

 

 

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Pedro e Paulo 

 

Diálogo de Pedro e Paulo 

 

Pedro: Paulo, meu irmão, quão raro e precioso é este encontro. Ao olhar para trás, vejo um longo caminho de pedras e flores, erros e acertos. Nossa fé foi nosso guia, mas nosso orgulho tantas vezes nos cegou.

 

Paulo: Pedro, amigo querido, cada passo nosso testemunhou a força da graça divina. E ainda assim, quantas vezes fui cego pela minha justiça própria, um perseguidor antes de ser luz.

 

Pedro: Ah, eu também, Paulo. Quando neguei a Jesus, ouvi o galo cantar e senti o peso do mundo sobre meus ombros. Quantas lágrimas caíram no solo seco de minha alma!

 

Paulo: E eu, que estive em Damasco, vendo a verdade pela primeira vez através da cegueira, soube que o homem só se levanta quando se prostra aos pés do Senhor.

 

Pedro: Que tempo foi aquele! Quando vivemos sob o jugo da Lei, e a esperança surgia como uma estrela em meio às trevas. Recordo-me de quando andei sobre as águas e, ao olhar o vento, afundei. Sempre foi assim com a fé: forte e frágil.

 

Paulo: Sim, e mesmo assim fomos escolhidos. Não por sermos dignos, mas pela misericórdia infinita d'Aquele que nos chamou. Tu foste a rocha, e eu, o vaso quebrado moldado pelas mãos do Oleiro.

 

Pedro: Cada fraqueza nossa foi um campo onde Deus plantou sua força. E, no entanto, somos homens falíveis. Ainda sinto o ardor das disputas e o peso da liderança.

 

Paulo: Eu, que exortei tantos e desafiei mesmo os apóstolos, carrego arrependimentos. Minha língua era afiada como espada, e às vezes feri em vez de curar.

 

Pedro: Contudo, aprendemos. Aprendemos a servir em humildade. E como esquecer as palavras de Jesus? Ele que nos ensinou a lavar os pés uns dos outros.

 

Paulo: E a carregar a cruz, Pedro. A cruz que não é de madeira, mas de amor e renúncia. Em cada cidade onde preguei, enfrentei pedras e açoites. Mas a maior batalha foi contra o homem velho dentro de mim.

 

Pedro: Sim, Jesus nos revelou o caminho do amor, mas também nos chamou a morrer para nós mesmos. Lembro-me de sua voz serena dizendo: "Pedro, tu me amas? Apascenta minhas ovelhas."

 

Paulo: E a mim, Ele disse: "Por que me persegues?" Ah, Pedro, essas palavras me assombraram por muito tempo, mas depois se tornaram a chave da minha libertação.

 

Pedro: Aprendi que o verdadeiro amor expulsa o medo. Quando somos plenos no amor d'Ele, até os fracassos se tornam degraus para a glória.

 

Paulo: Que maravilha é a redenção! E como Ele caminhou entre nós, tocando os intocáveis e amando os esquecidos. Hoje, buscamos seguir Seu exemplo, mesmo que tropeçando.

 

Pedro: E mesmo assim, há momentos em que o fardo parece pesado demais. Sinto a fraqueza da carne e a tentação de desistir.

 

Paulo: Nessas horas, recordo-me do espinho em minha carne. Orei para que fosse removido, mas Ele respondeu: "Minha graça te basta."

 

Pedro: Sim, sua graça é nosso sustento. E sua paciência conosco, imensa. Ele viu nossas falhas e, ainda assim, nos chamou amigos.

 

Paulo: E agora, em nossos últimos dias, sentimos o peso da missão cumprida. Mas também a alegria de ter amado e servido ao Mestre.

 

Pedro: Não sei quanto tempo mais terei, mas cada dia é um presente. E cada alma resgatada, uma oferenda ao Senhor.

 

Paulo: Eu também, Pedro. Minha carreira está quase no fim, mas guardarei a fé até o último suspiro.

 

Pedro: Que nosso testemunho inspire os que virão depois de nós. Que saibam que não éramos perfeitos, mas éramos apaixonados por Cristo.

 

Paulo: E que eles vejam que, mesmo os mais pecadores, podem ser transformados. Que a luz que brilhou sobre nós brilhe sobre eles.

 

Pedro: Até o dia em que todos estaremos juntos, vendo face a face Aquele que tanto amamos.

 

Paulo: Amém, Pedro. Que nossas fraquezas proclamem a força do nosso Redentor. Que nossas vidas sejam cartas vivas de Sua graça.

 

Pedro: E que nossas palavras, mesmo em sua simplicidade, glorifiquem o nome que está acima de todo nome: Jesus.

 

Paulo: Sim, Pedro, sempre Jesus. Sempre Ele, o Alfa e o Ômega, o início e o fim. Até que nos reencontremos na glória eterna.

 

Pedro: Até lá, meu irmão. Sigamos o caminho juntos, mesmo em diferentes estradas. O destino é o mesmo: o lar eterno com Cristo.

 

Fim de um Recomeço.

A Domingos 

Uma homenagem a Jesus Cristo e a fé do Brasileiro.

Março de 2019

 

https://youtu.be/c_k36GtWtnk?si=8KlY5-N_c1vlihd6

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Comentários

  • Nossa é muito alto, algo de refletir também sobre o redimir dos pecadores, caminhadas difíceis, caminhas celestes foram colocadas a Pedro e Paulos. E eles também eram imperfeitos. Se focar nos nossos defeitos fica impossível, porém que aprendamos a focar nas qualidades. Aprender a confiar em Deus. Antônio, eu fico admirado com seu empenho nessa postagem, e em tantas que você faz.  Abraços aos CPP! Que Deus abençoe e renovando a Fé!

  • Uauuuuuuu!!! Um texto extraordinariamente maravilhoso, um diálogo cheio de metáforas, poético! De onde vem tanta inspiração bardo? De que fonte bebeste? Encantado! Um verdadeiro orfebre, poeta que costura e borda sentimentos que eu nem sabia que tinha, uma honra ler este dialogo! Um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.

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CPP