Do outro lado do tempo

Guardei cá estas letras e rimas por gerações
Por tanto tempo que acabaram por perder-se
Envelheceram como definharam nossas canções
Num interminável outono sem que eu as falasse

Noite passada varrendo folhas secas da memória
Encontrei estas linhas linhas que me fizeram suspirar
Foi um sorriso leve surpreso com aquela dedicatória
Escrita numa noite de luar quando prometeu me amar

Promessas jovens juradas no calor de corpos sedentos
Quando rompemos o salão numa dança de olhares fixos
Eu pude sentir seu coração como unidos num sacramento
De amor eterno pulsando vigoroso sob a égide do Crucifixo

Hoje tentei trazer essas letras e rimas mas esfarelaram
Em contato com um mundo sem paixão e sem poesia
Caíram sobre o chão frio onde lágrimas que nunca secaram
As recolheram refazendo um verso que escrevi naquele dia

      E ele dizia: ...estarei sempre ao seu lado e mesmo se o
      tempo um dia lhe fizer esquecer das juras de outrora
      as recitarei escovando seus cabelos te amando a cada
      geração minha mulher minha vida minha única senhora

Deus abençoe as folhas que caem
Carlos Correa

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Comentários

  • Maravilhoso e cativante poema... parabéns, Carlos.

    Um abraço carinhoso 

  • Carlos

    um versar maravilhoso

    gostei muito

    um abraço

  • " E ele dizia: ...estarei sempre ao seu lado e mesmo se o
          tempo um dia lhe fizer esquecer das juras de outrora
          as recitarei escovando seus cabelos te amando a cada
          geração minha mulher minha vida minha única senhora"

    Uauuuuuuuuuuuuuuuuuu,que lindeza!!

    Abraços e aplausos,Carlos

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