PUBLICADO no CPP
Dormir na Guerra
A noite se achega sombria
De sentimentos confusos
O olhar vago confundia
Pensamentos parafusos
As paredes mentiam
Cheias de cores de tintas
As passagens sentiam
De árvores extintas
Noite longa de pouco sono
Milhares de reflexões
Sobre os dias passados
Noite de explosões
De bombas desconhecidas
Um mundo no abismo
Neste pequeno colchão
Um pouco do sonhar
Ter sonhos profundos
Os dias são imundos
A cabeça recostada no entulho
De concretos secos de pó
Meu estômago é embrulho
Está vazio nesta guerra
De perdedores o cidadão
Famílias que perderam o varão
É esperar o dia chegar
É para distâncias andar
Atrás de um gole d'água
E um pedaço de pão
Porque a gente tem de sofrer
É um escândalo de terror
Morrer é uma humilhação
Humana e terrena
Fim
ADomingos
Outubro 2023
Comentários
Parabéns por levantar tão pungente tema, caro Antonio Domingos. E, com efeito tira o sono e a serenidade até dos que, cultural e geograficamente, estão distantes. Razão tem você no dizer que as guerras são dos perdedores, já que não há vencedores. Enfim, todos nós, quando formalmente vitoriosos em conflitos, teremos, entranhado na alma, o gosto de fel das chamadas vitórias de Pirro. Abraço.
Obrigado amigo pelo valioso comentário
Abraços
DESTACADO poema.
Posso destacar também a supremacia da ignorância, ganância e desamor.
Obrigado pelo belo comentário amiga
Abraços fraternos
Situações como está da guerra nos trazem incômodos e dores que descansam para o nefasto mundo da insensibilidade e bestialidade. Saudações poéticas
Perfeito amiga Lilian. Obrigado de coração
Abraços fraternos
Caro amigo Antonio Domingos:
Brilhante poema neste mundo que despenca para um abismo profundo sentindo dentro de si a potência de guerras que clareiam, com suas bombas, tudo aquilo que nós, viajantes do tempo,
conseguimos nos esconder para não morrer.
Triste fim de um mundo que foi criado para viver sempre em paz.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Obrigado por expressivo comentário.
Agradeço de coração amigo Bridon