Sinto um fogo em minhas mãos
Mas um buraco imenso e gelado
Em meu coração.
Como afoga as mágoas , se já não bebo?
Como sorrir pro novo, se o velho me assombra
E como ser diferente aos indiferentes?
Quando o assunto perde a linha
E o sussurro é estrondo n'água
Me sinto tão apaixonado quanto os ratos com as baratas.
Cigarro ainda fumo
Danço a fumaça guela abaixo, pulmão adentro
Mas fecho os olhos pra não ver sair às partículas de vida indo embora
Soltei as mãos de quem eu mais amava
Reclamo como flor seca sem chuva
Desmorono feito terra pesada sob túmulo
Lugubre feito morte em vida.
Cai folhas nas encostas
Sacolas voam como pássaros
Certas horas perdidas
Vidas mal vividas
Teto meu céu , nada meu chão.
Restei de uma nova versão
Das cicatrizes sobram histórias
Dos meus passos , bastam as pressas.
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