Um sopro vindo de Paris
Solo que anuncia uma madrugada lilás
Uma canção orvalhada sentado junto ao cais
Ao refletir aos olhos o quadro negro de estrelas em giz
E percebo que os olhos dos anjos nunca foram azuis
Transparentes sim revelam cada um uma cor
O sentimento que encontram aquilo que veem que vivem
Céu de anis escuridão dores campos verdes terra molhada
Buscamos soluções mágicas e até mesmo surreais
Situações sem caminho sem melhoria e sem guia
Mas quem aqui ainda acredita na magia?
Lembrança da infância em impressões digitais
Amigo invisível anjo de criança roda gigante
Pelada no asfalto professora e seu decote grilo falante
Gargalhada molhada carinho de mãe presente de natal
Calça rasgada sorriso de pai musica legal
...de repente espíritos errantes vagueiam pelo milharal
Alguns tentando ser ouvidos ou querendo ser o tal
Rodopiam a fonética quebram rimas
Mas a maioria não quer o nosso mal
Apenas são atraídos pelas notas orvalhadas junto ao cais
Retomo então atenção aquele sopro que invade a canção
E o sopro vira vento e vem a tempestade
O quadro negro já sem os desenhos de giz me apontam a direção
Estou de volta e te prometo nunca deixarei de acreditar na magia
...e os espíritos retornam iluminando o milharal
Deus nos abençoe
Carlos Correa
Comentários
Lindíssimo poema!
Parabéns pela bela composição!
Aplausos!
Te agradeço pelas palavras, bj grande, fica com Deus