Fator Mulher

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HISTÓRICO CARLOTA

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Carlota de Queiroz, primeira deputada federal, eleita em 1933 (Fonte: Arquivo Pessoal)

 

Foi apenas em 1932, no governo de Getúlio Vargas, que foram dadas as mulheres a efetivação do direito ao voto e puderam se candidatar a cargos políticos, papel que ficava a encargo dos homens até então. Carlota Pereira de Queirós, médica, escritora, pedagoga, foi a primeira mulher a votar e a ser eleita deputada federal, no ano de 1933. Ali, pela primeira vez na história, a voz feminina exalou no Congresso Federal. Não podendo ser diferente, seu mandato foi em defesa das mulheres e crianças, trabalhando fortemente na melhoria educacional, pelo benefício de ambas. Ocupou seu cargo até o Golpe de 1937, o qual Getúlio fechou o Congresso.

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HISTÓRICO ANTONIETA

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Antonieta de Barros, a primeira mulher negra a ocupar um cargo político no Brasil. (Fonte: Portal Paulinas)

Em 1934, outra conquista. A catarinense Antonieta de Barros, filha de escrava liberta, torna-se a primeira parlamentar negra da história, sendo eleita para a Assembleia de Santa Catarina. Ao longo de toda sua jornada, Antonieta atuou como professora, jornalista e destacou-se, principalmente, por manifestar suas ideias frente a desigualdade em um período histórico em que, para as mulheres, pouco era concedido.

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HISTÓRICO ALZIRA

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Alzira Soriano, primeira mulher a ocupar um cargo executivo no Brasil, em 1928. (Fonte: Arquivo Pessoal)

 

Durante grande parte da história do Brasil, a mulher se viu submissa em inúmeros cargos dentro da sociedade. Vista como dona de casa e cuidadora dos filhos, pouco se falava e se lutava pela emancipação financeira, política e social da mulher.
Em 1928, no dia 7 de setembro, a primeira mulher é eleita prefeita de uma cidade, não apenas no Brasil, mas também na América Latina. Alzira Soriano, venceu as eleições na cidade de Lajes (RN), com 60% dos votos, quando nem ao menos as mulheres podiam votar.

Foi apenas em 1932, no governo de Getúlio Vargas, que foram dadas as mulheres a efetivação do direito ao voto e puderam se candidatar a cargos políticos, papel que ficava a encargo dos homens até então. Carlota Pereira de Queirós, médica, escritora, pedagoga, foi a primeira mulher a votar e a ser eleita deputada federal, no ano de 1933. Ali, pela primeira vez na história, a voz feminina exalou no Congresso Federal. Não podendo ser diferente, seu mandato foi em defesa das mulheres e crianças, trabalhando fortemente na melhoria educacional, pelo benefício de ambas. Ocupou seu cargo até o Golpe de 1937, o qual Getúlio fechou o Congresso.

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Bertha

Bertha Lutz, bióloga, feminista e política (Fonte: Reprodução)

Outra personagem importante nessa difícil luta pela igualdade, foi a bióloga e feminista Bertha Lutz. Companheira de bancada de Carlota, Bertha chegou ao parlamento logo depois da pioneira. Bertha passou por dificuldades, sendo acusada pelos companheiros de partido de que havia fraudado as eleições (inocentada meses depois), Bertha foi chamada para ocupar a vaga em decorrência da morte do deputado Cândido Pessoa. Suas principais bandeiras eram as mudanças na legislação trabalhista com relação ao direito feminino ao trabalho, direito a licença maternidade e equidade de salários e direitos. Em seu primeiro discurso, em 28 de julho de 1936, Bertha Lutz relatou um pouco da vida da mulher na época:

 

“A mulher é metade da população, a metade menos favorecida. Seu labor no lar é incessante e anônimo; seu trabalho profissional é pobremente remunerado, e as mais das vezes o seu talento é frustrado, quanto às oportunidades de desenvolvimento e expansão. É justo, pois, que nomes femininos sejam incluídos nas cédulas dos partidos e sejam sufragados pelo voto popular”

Mais de 80 anos depois, as palavras de Bertha ainda vivem e ecoam na sociedade brasileira, sendo parte cruel da realidade feminina.

Ainda que o exemplo de mulheres como essas tenham dado às donas de casa uma outra perspectiva sobre a política, pouco se ouve falar sobre mulheres em cargos públicos. É possível ver que, através dos anos, apenas em 1945 o número de mulheres nas cadeiras de deputada ultrapassou 5% e cresceu. Atualmente, as mulheres não representam nem 10% das cadeiras ocupadas por deputados.

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 Fator Mulher

O fator mulher por Ângelo Cavalcante 

"A violência contra as mulheres é uma construção social, resultado da desigualdade de forças nas relações de poder entre homens e mulheres.  

É criada nas relações sociais e reproduzida pela sociedade".(Nadine Gasman, porta-voz da ONU Mulheres no Brasil) 

Que a sociedade brasileira é profundamente violenta já não é novidade pra ninguém o que joga, de uma vez por todas, a tese de que o brasileiro é pacífico, tranquilo e que só quer saber de samba, sol e futebol. Puro mito! 

Somos um dos povos mais violentos do mundo e os dados revelam isso ano após ano e definitivamente, nossa violência está presente em todos os níveis, classes e estamentos sociais. Acontece independentemente de religiões, crenças, opções sexuais, níveis de instrução ou padrões de renda. Somos, aceite-se isso ou não, um povo violento. 

Nessa ampla e vigorosa hecatombe de violências a violência contra a mulher nos é de especial importância. Ficamos chocados com mulheres de rostos queimados em algum país do Oriente; nos estarrecemos com a dilaceração dos clítoris de crianças em certos grupos humanos da África subsaariana; ficamos boquiabertos com casamentos de meninas de nove ou dez anos como se esses trágicos eventos fossem exclusividades históricas e pontuais apenas dessa "estranha" gente oriental.  

Nada disso! Tudo isso acontece aqui, em nosso Brasil varonil. Com nuanças distintas e variadas, mas, asseguro, a violência contra a mulher brasileira é constante nas relações sociais, na mídia, nos diálogos, nas narrativas e na estética predominante. 

Dados da Fundação Perseu Abramo (FPA) nos mostra que a cada vinte cinco segundos uma mulher é espancada no Brasil. Setenta por cento destes espancamentos se realizam no âmbito familiar, ou seja, se você ler esse texto em dois minutos, ao chegar ao seu fim, homens terão agredido e em seu limite, matado, pouco mais de quatro seres humanos do sexo feminino. É grito, angústia e desespero de tudo o que é tipo.

É necessário pensarmos um pouco sobre essa mulher e que inevitavelmente será agredida nesse lapso de tempo. De certo é esposa mas também, é filha, irmã, prima, amiga, cliente, consumidora, vizinha, força-de-trabalho. A tese é que a agressão, e seja ela qual for, como evidente experiência de violação do outro, de negação e anulação daquela que é diferente é um comprometimento fundamental e objetivo ao próprio convívio social. É atentado às frágeis relações sociais e que se estabelecem em um país com os níveis ou quocientes de violência como o nosso. 

Aqui em Goiás, o PSDB em muito original e equivocado arranjo institucional tenta "casar" as dramáticas questões de gênero com as igualmente dramáticas questões raciais e dá forma para um ornitorrinco de nome Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (SEMIRA), é "jabuticaba tucana", mistura de mula-sem-cabeça e saci pereré, ou seja, nem cospe fogo e ainda manca posto que não se sabe da metodologia de trabalho para se atuar com temas tão amplos e complexos como os citados. 

Pois bem, a SEMIRA identifica a partir dos registos das delegacias especializadas de atendimento às mulheres (DEAM's) que em 2010, foram registradas 9.162 ocorrências em todo o Estado. Em 2011, mais de oito mil ocorrências (outubro). Os registros do biênio 2010/2011 estão divididos em: 52% ameaças; 28% lesão dolosa, seguida por estupro ou tentativa de homicídio.

O levantamento identifica ainda, velho problema para o combate às múltiplas formas de violência contra as mulheres e que é a baixa quantidade de denúncias.

Como já diagnosticado, o silêncio, o medo e a omissão potencializam a cultura da violência e que, em outros termos, é cultura da violência contra as mulheres.

É em meio a esse dramático cenário e, por incrível que pareça, ainda bastante carente de maiores dados e informações que se faz necessário à construção de políticas públicas locais às mulheres envolvendo, em primeiro momento, pesquisas, estudos e análises sobre o tema para em seguida;

... a feitura de políticas públicas eficazes, precisas e competentes visando geração de autonomia financeira, consciência de classe, gênero e emancipação da mulher.

Há um longo caminho a percorrer, devemos nos apressar. 

Ângelo Cavalcante - economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara.

Artigo escrito por Ângelo Cavalcante - economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara (E)

Aqui publicado por Antonio Domingos Ferreira Filho

  

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Comentários

  • Atualmente o número de feminicídio tem aumentado.

    Excelente texto.

    Obrigada por compartilhar.

  • Estimado Antonio Domingos

    Trabalho de pesquiza, não fui eu que escrevi, simplesmente organizei!!!

    Vida de importantes mulheres brasileiras que deram os primeiros passos para o crescimento da Mulher na sociedade, A Mulher que sofre tantos inaceitáveis preconceitos.

    O Feminicídio acelera, estrupos seguidos de morte assustam.E agora!!! Texto longo é dificil de ter momentos para ler, toma tempo e mais atenção (Eu prefiro os textos curtos , mais fáceis de ler a qualquer hora)

    Não Leram, ninguém. Ou uns poucos leram.Dúvidas?

    Parabéns Antonio pelo esforço.

    Esteja aqui sempre conosco.

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