Fonte dos Desejos

Fonte dos Desejos

 


Título: A Fonte dos Desejos da Floresta Encantada

Numa noite iluminada pela lua cheia, Vovó Onça reuniu seus amigos da floresta ao redor de uma fogueira. Todos estavam curiosos para ouvir a nova fábula que ela iria contar. "Hoje, vou falar sobre a mágica Fonte dos Desejos", começou Vovó Onça.

Ela descreveu a fonte escondida no coração da floresta, suas águas cristalinas que brilhavam como estrelas, e os peixinhos coloridos que viviam nela, cada um com um nome especial e um dom único. Havia Dourado, um peixe dourado que podia trazer boa sorte. Safira, a peixinha azul brilhante, tinha o poder de realizar desejos sinceros do coração. Rubino, um peixe vermelho, guardava os segredos do amor verdadeiro. E Esmeraldo, o peixinho verde, sabia como curar corações partidos.

Segundo Vovó Onça, quem encontrasse a fonte e fizesse um pedido, deveria primeiro oferecer um presente aos peixinhos. Em troca, eles nadariam em círculos ao redor da fonte, liberando a mágica que realizava desejos.

Os amigos da floresta ouviram com fascinação, imaginando como seria encontrar essa fonte mágica.

Ao final da fábula de Vovó Onça, cada animal que estava ao redor da fogueira começou a imaginar o que desejaria na Fonte dos Desejos. Curiosos e animados, decidiram que fariam uma visita à fonte, cada um trazendo um presente especial para os peixinhos mágicos. Vovó então lhes disse "Vamos até a Fonte dos Desejos, o tempo tá bom para uma Aventura na Floresta Encantada" . E assim, seguiram viagem...

Tonha Taca, a tamanduá curiosa, foi a primeira a se aproximar da Fonte dos Desejos. Com seu focinho alongado, ela ofereceu aos peixinhos um cacho de frutas silvestres que encontrou pelo caminho. Ao tocar as águas com delicadeza, Tonha pediu por mais aventuras e sabedoria para explorar a floresta.

Zé, o pássaro preto, chegou em seguida, trazendo um ramo de flores para Safira. Ele desejou que sua canção pudesse ecoar ainda mais longe, para que sua amada Maria Pretinha e ele cantassem juntos pela floresta inteira. Quando ele tocou a fonte, os peixinhos nadaram em círculo, como um coro encantado.

Cissa, a cadelinha vira-lata, trouxe uma pequena pedra brilhante que achou no caminho e jogou na fonte com alegria. Ela fechou os olhos e fez um desejo humilde: ter uma família ainda mais feliz com Vovó Onça, cheia de brincadeiras e corridas pelo quintal. Dourado rodopiou em resposta, espalhando brilho pelas águas.

Tica, a Basset arlequim, foi mais prática. Ela ofereceu um galho seco que ela adorava mastigar e, com um sorriso no focinho, pediu mais dias ensolarados para deitar na grama e cochilar sob o sol. Esmeraldo pareceu aprovar o pedido, nadando com graça ao redor do galho.

Gaia, a cadela mais velha e sábia, aproximou-se calmamente com uma folha de árvore que pegou do chão. Ao tocar a água, pediu por saúde para continuar cuidando de sua família canina e proteger a casa de Vovó Onça. Rubino brilhou intensamente, como se compreendesse a profundidade do desejo.

Cada um fez seu pedido com o coração aberto, e os peixinhos da Fonte dos Desejos, felizes com os presentes, nadaram ao redor, espalhando sua magia pela floresta.

Vovó Onça, observando tudo de perto, sorriu com satisfação. "A magia da fonte não está apenas nas águas", disse ela, "mas no carinho e nas intenções que colocamos em cada desejo."

Naquela noite, após cada animal fazer seu pedido na Fonte dos Desejos, Vovó Onça permaneceu pensativa. Havia algo que ainda queria pedir, algo importante e urgente. Calmamente, ela se levantou e chamou a atenção de todos.

"Agora é a minha vez, queridos amigos", disse com um tom solene. Vovó Onça retirou de uma bolsa de couro um medalhão antigo, brilhante e adornado com símbolos misteriosos. Era um objeto precioso, passado de geração em geração em sua família, guardando segredos e poderes especiais.

Ela se aproximou da fonte, segurando o medalhão firme entre as patas. "Este medalhão já trouxe muita proteção e sabedoria para minha família, mas hoje eu o entrego à Fonte dos Desejos para que algo muito especial seja realizado."

Os animais ficaram em silêncio, curiosos sobre o que Vovó Onça poderia estar planejando. Com um gesto calmo, ela jogou o medalhão nas águas cristalinas, que imediatamente começaram a brilhar com uma luz intensa. Os peixinhos Dourado, Safira, Rubino e Esmeraldo nadaram em círculos ao redor do medalhão, como se estivessem ativando uma mágica poderosa.

Vovó Onça fechou os olhos e sussurrou seu desejo em silêncio. Ela sabia que aquele pedido exigia pressa e força, e os peixinhos pareciam entender a urgência. As águas da fonte começaram a borbulhar, emitindo um som suave, como um cântico, enquanto a luz dourada se espalhava por toda a floresta.

Os amigos observavam com respeito, sabendo que o pedido de Vovó Onça, embora não dito em voz alta, era algo que poderia mudar o destino de todos eles. Ela então voltou-se para seus companheiros com um olhar tranquilo, mas determinado, confiando que a Fonte dos Desejos atenderia seu pedido no tempo certo.

A magia da floresta estava mais viva do que nunca naquela noite.

Helena Bernardes 

outubro, 2024

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Helena Bernardes

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Comentários

  • Um conto encantado!

    Assim como a Vovó (misteriosa) Onça!

    Ambos dignos de aplausos!

    👏👏👏👏👏!

    Congratulações Vovó!!!

    #JoaoCarreiraPoeta.

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