Humanos e animais

 Depois de uma noite de sono tranquila para refazer as energias do dia anterior, pois recebi muitos mimos e mensagens lindas, fiquei aqui pensando na vida que já vivi durante estes 6.3 de existência terrena. Primeiro, deve ter sido um dia de muita alegria para meus pais e irmãos, mais uma mocinha chegando na família, meu nascimento. Depois a escolha do nome, foi meu padrinho José que teve a honra de escolher. Cresci na roça entre animais, plantas, mamãe tomando conta de um monte de filhos, cozinhando pra peão, meus irmãos tirando leite no curral para o patrão. Ah, foi assim, correndo pelos pastos junto de um lindo cão chamado Brutão, montando no cavalo Marengo, tomando banho no córrego que tinha no fundo de nossa casinha de taipa, que corria a menina levada. Lembro bem de mamãe tecendo no tear, lindas cobertas de algodão para esquentar a filharada no inverno, eram noites bem geladas. Dormiamos em camas que o colchão era recheado de palhas secas de milho. A comida era tão gostosa, feita no fogão de lenha. O defumador de carnes de mamãe era muito chic, uma vara de madeira fina, colocada por cima do fogão de lenha que esfumaçado tudo, ficava bem sequinha as carnes e linguiças que ali eram estendidas. Oh, que saudades desse meu tempo de criança inocente la da minha Fazenda Água Pé. Vieram os anos difíceis, papai viajou para outros planos espirituais, as crianças crescendo e Dona Preta, minha doce mãe, enfrentando tudo de cabeça erguida, com muita aceitação.Passaram -se os anos, mudamos para uma grande cidade, Goiânia. Criança precisa estudar, o grupinho lá da roça já tinha ensinado o que sabia. E assim, entre labutas diárias, junto com mamãe e irmãos, tornei -me adulta, cumprindo tarefas de babá, empregada doméstica, arrumadeira, passadeira...melhor escola pra vida não há! Então, já mocinha, corpinho magro e feiiiiinha, fui tomando gosto pelos estudos, passei observar mais os pequenos detalhes da Natureza, pois mamãe ensinou-me isso lá na roça, quando tagarelava com as mudinhas de hortaliças e flores. Passei registrar em cadernos e agendas algumas anotações importantes...foi assim que a "mulher bicho do mato " começou a sonhar!Vou contar por capítulos minha aventura terrena, é como Dona Preta fazia, em noites enluaradas, contava histórias para a meninada. Helena Bernardes 02 Junho 2021

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Helena Bernardes

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