Intruso
Não me sinto parte desse mundo
Nada aqui parece fazer sentido
Eu até tento sobreviver
Mas nem sempre consigo
Tem dias que desmorono
Em lágrimas e sofrimento
O que é um verdadeiro castigo
Um eterno tormento.
Por vezes permito-me tirar a armadura
E desabar
Chorar a noite toda
Até a lágrima secar
É como se eu não fosse do mundo
Pelo menos não desse
Uma sensação de não pertencimento.
De proximidade Física
E ao mesmo tempo
Um gigantesco distanciamento
Me sinto um intruso
Aqui nesse planeta terra
Vivo sempre tão confuso
Enfrentando na mente uma guerra.
Tenho uma necessidade
Que nenhum dos que aqui habitam
É capaz de suprir
Uma vontade enorme
de alguém viver por mim
Mas sempre que me apego a alguém
Algo de negativo me persegue
E o leva pro além
Daí percebo que conseguem viver sem mim
O que me deixa triste
Com vontade de sumir
Alguns chamam de carência
Eu, apenas de ausência
Ausência de algo verdadeiro
Não apenas temporário
Mas definitivo, por inteiro.
Nascimento, J.
Comentários
Muito bem poeta. Descrição de um sentimento que não raras vezes, muitos sentem, máxime os poetas prenhes de sonhos e justiças que não enconbram cá neste mundo. Saõ saudade que se sentem sem saber de quem, e de que.
Bem versado.
1 ab
Obrigada!
Daí percebo que conseguem viver sem mim
O que me deixa triste
Com vontade de sumir
Alguns chamam de carência
Eu, apenas de ausência
Parabéns cara Joyce por esta beleza de texto
antonio
Obrigada!