Bastava fechar os olhos e logo saía caminhando
Perambulando por onde corria a noite
O som das sirenes latas de encontro às calçadas
Felinos que saltavam os muros a fugir da maldade humana
Violência e agressão ao sagrado corpo da mulher
Sorrisos insanos por moedas
Despojos de vida compartilhando com as baratas o próprio pão
Sofrimento que não grita...não mais
Acostumou-se ao silêncio de quem não quer ver
E aceita
E batemos no peito a exclamar com eloquência
Acreditamos na distância que separa esse mundo apodrecido
De nossas vidas e atitudes
Como se o que fizéssemos de errado
Fossem apenas travessuras infantis
Mas basta olhar para a materialidade de nosso corpo
Para a dor que existe em cada coração
E saberemos o tamanho de nossa culpa
Dos erros cometidos hoje e no pretérito
Simplesmente ao perceber que estamos aqui E não lá...
Na maioria das vezes esse é o motivo
Bem aventurados os ignorantes
Que cometem suas faltas por desconhecerem
Sofrem os surdos cegos e anencéfalos por opção
Preferem ( preferimos) não ver o que está à frente
Optam ( optamos) por não entender
Apesar das dádivas recebidas
Poderoso é o ciclo pernicioso da agressão e do ódio
Escondemo-nos em dizer que estamos apenas nos defendendo
Quando sabemos ser a cara do orgulho que nos habita
Esta atitude viciosa de almas fracas
Chegamos a alterar os ditados para justificar nossas condutas
Já diziam as estrelas “diga-me quem és e te direi com quem andas”
Porque atraímos ao nosso redor almas e espíritos compatíveis
Com os sentimentos que temos e não o inverso
Pois digo que não há mais tempo para pequenos passos
Já não é mais suficiente não fazer o mal
É nosso dever e obrigação fazer o bem
E é tão simples... (será mesmo?)
Comecemos aceitando que não devemos nos revoltar
Diante à dor profunda
Dor que é nossa e que não deve ser refletida aos que já padecem pelas suas próprias
Isso não a abreviará
Não espere o perdão...perdoe
Não espere um abraço...abrace
Não espere a glória...seja humilde
Não desista da vida...cumpra seu papel
Não espere o amanhã...você tem o hoje
Eu conheço a maldade
Escrevi e permiti que ela vivesse à minha sombra
Muito antes das margens de setembro
Mas saiba você malícia
Que não vive mais em liberdade
Como um dia reconheceu eu acredito na prece
E por ela a cada dia irei desprender-me um pouco mais
Aqui deixo um beijo e um pedido
Peçamos perdão pelo que fizemos
Mesmo que não lembremos
Qual o tamanho da maldade
Acreditem, ela existiu...em algum tempo
Não somos vítimas, nenhum de nós.
Deus nos abençoe
Carlos Correa
Comentários
"Não espere o perdão...perdoe
Não espere um abraço...abrace
Não espere a glória...seja humilde
Não desista da vida...cumpra seu papel
Não espere o amanhã...você tem o hoje"
Verdades que deveriam fazer parte da vida diária, mas muitas vezes alimentamos sentimentos venenosos e, isto é corrosivo, especialmente para a alma.
Aplausso!
Sim fazemos mesmo, mas, ainda somos crianças, vamos aprender...fica com Deus, obrigado por vir.