MÃE, UM DIA A SER LEMBRADO
Jurandir Argôlo
Chegará o dia em que faltará a mãe
Os filhos ignoram ou não percebem
Ela vai embora hora após hora
Essa é a história paulatinamente escrita
E quando ela se for o vento desaba
Parece que o mundo acaba
Culpa dos olhos nunca tê-la visto
Chegará o dia em que faltará a mãe
O tempo sabe de todas as coisas
E quando a luz se apagar
Haverá o choro arrependido pelo valor nunca atribuído
A ausência jamais será abreviada
Nem mesmo depois de uma eternidade
A saudade cobrará como pó entranho na alma
Indelevelmente na memória
Pelo recuso da verdadeira história sempre aberta como porta
Os filhos ignoram ou não percebem
Ela vai embora hora após hora
E quando ela se for o unguento acaba
Não mais haverá a escola, a escora
Tudo terá sido tão breve vestígio
Se lamentará o não dado prestígio
As boas águas terão passado
O mistério de ser mãe para sempre ilhado
Mãe não morre como muitos pensam
Mas, passa como os ventos
Num ir embora quando menos se espera
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