Maldizendo a Chuva...
Em mils pontos nos espaços, se elevam vozes clamantes:
- Por que choves tanto - Oh chuva -
reduzindo a nada mils lavouras
que com sofrimento plantadas e construídas
e por cima - ainda ceifando mils vidas?
E a Chuva quieta - só ouvia... e sentia
e chorava sem falar nada, suas finas gotas
que molhavam as Nuvens dos Mundos
e deixava à mostra sua face 'rota'...
E continuavam os clamantes, mais indignados que antes:
- Chuva que não visita os locais que precisam de Ti
e se concentras - sem dó ou piedade - aqui e ali
por acaso - não tem Alma nem Coração?
- Não vê as tragédias que provocas - na Televisão?
Por mais que fosse execrada
a Chuva chorava calada
deixando mais com seu choro
a Terra dos homens molhada
Enquanto isso, a Morte, tinha a demanda aumentada
e sorria feliz da vida, pois na mídia era falada
E seu pensar - mortífero, mortal e afoito -
Até já imaginava, estrelando a Novela das Oito
No Alto... A Chuva continuava chorando
com suas lagrimas se espalhando mundo afora
do mesmo modo que minh'alma que é Vento
se unindo à Chuva Amada... Ora chora!
Enquanto isso, na Terra onde Polititicos há
estes apoiados com a Mídia, discursavam...
E os locais das tragédias visitavam...
E verbas... Mais verbas liberavam...
Os milhões de desabrigados que inda vivos
Ainda choravam sim - Mas nem tanto -
Admirados e anestesiados qu'estavam...
Chamavam até esses Polititicos de Santos!
.
No entanto, nossa Sábia e doce Mãe Natureza
(quase que hipocritamente a chamei de "Amada")
Mandou - sempre kom amor - recado pelos Ventos
aos Homens com seus infundados lamentos:
- Me entopem com os piores lixos profanos,
- Minhas veias... Riachos... Rios... Oceanos...
- Matam com fogo minhas Filhas Árvores
- L e g a l m e n t e, ou por "baixo do pano"
- As Leis que fazem, não são as ditas em comícios,
pois são feitas sempre, em seus próprios benefícios
- Desviam as Verbas Sociais, com o apoio do Fisco
E o Povo "Sem Educação" "Sem Terra" e "Sem Teto",
é forçado (e incentivado) a morar em áreas de risco!
E conclui - também chorando como choram as Mães:
- Vejo sim em 'alguns' o Amor em Solidariedade,
Mas... Não são nem metade, da metade, da metade...
E agora? - Chorar... Orar... - Pouco adianta,
enquanto o Homem não se lembrar,
que sempre colherá o que planta !!!
Nisso o Tempo que sempre sem tempo a tudo ouvia
Como tudo o mais parou - só o som de fundo continuou
e pode se ouvir - se atenção bem prestando...
- O Soluço do Criador de Tudo - Chorando!
Levantei neste Dia, nesta Ilha ainda chuvoso
e ao abrir minha janela, vi u'a Butterfly amarela
Olhei para o Morro - úmido - com seu verde em frente
e vi que o mesmo, me acenava sorridente
Vislumbrei nos fios que atravessam a Varanda,
Milhares de Gotas D'Agua dependuradas
como nossas Almas puras em liquidez
Louvando O Criador de Tudo, por Tudo,
o Que Vai Fazer... Faz... e Fez !!!
gaDs
Comentários
Parabéns pelo poema!
( A chuva está fazendo estrago e causando mortes por aí, né?)
Isso é muito triste.
Um abraço
Chuva benfazeja, que seja a chuva motivos de alegria e fartura, e não de caos e desventuras. Felicitações pela poesia