MULHERES

MULHERES

 

Deusas do Olimpo, algumas santas,

outras nem tanto, algumas assim,

outras quase… algumas… por aí.

***

Umas comedidas,

outras benemerentes,

umas extravagantes,

outras salientes,

umas recatadas.

***

Umas baixinhas, outras magrelas,

umas nas feiras livres,

outras nas passarelas.

Umas solteironas,

ditas antes vitalinas,

que ainda se sonham moças,

empoando nariz e rosto

no espelho do caritó.

***

Executivas, modistas, cozinheiras;

aquelas dos papéis, estas da tesoura

as outras do fogão.

***

Freiras, costureiras,

escriturárias, arrumadeiras.

Umas que sonham e esperam,

outras que já esperaram,

umas que já encontraram,

outras que ainda acharão.

***

Médicas, psicólogas, escritoras,

arquitetas, pintoras, camareiras.

Umas com todos os requintes,

outras sinceras, verdadeiras,

algumas sem sul e sem norte,

outras sem eiras nem beiras.

***

Maestrinas, babás, motoristas,

artesãs, poetisas, artistas.

Todas elas bebezinhos,

meninas, depois mocinhas,

por fim, senhoras de bem,

mães guerreiras, tias, avós.

***

E geração vai, geração vem,

no embalo de uns braços

que tanta ternura têm;

gente que nasce para a luz do   [mundo,

pela  única e sagrada fonte,

a fonte de onde brota a vida,

o vaso honorífico,

a sede da sabedoria,

a estrela da manhã,

a causa de nossa alegria,

a mãe… do bom conselho,

a fonte você…

a fonte… mulher.

***

Dado Carvalho, 10 de agosto de 2010. 16:45 h.

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