MUTUAMENTE

Toda alma deveria morrer de paixão
Pelo frasco que a acolhe transigente
Onde o inseparável espírito coabita
Fartando-se de efemeridades e benesses
Entre deliciosos pecados e frutuosos sonhos
Sem preocupar-se da realidade evanescente,
Amarem-se mente e corpo mutuamente

Viver desta mania repentina maneira
Em revelar o bem olhando bem de frente
Nada assustaria, tudo surpreende
Nenhum ser seria um pote mal fechado
Nem vidro, nem lata, clone de produto rotulado
Seríamos todos incensos de essências
Fumaça que perfuma e refaz no ambiente

Por vez que se quebre o vidro e a tampa amasse
Mesmo que nos tranquemos para o mundo
E o mundo nas tortas voltas nos revolte
Somente quem preza o valor da amizade
Dá-se na condição divina de ser homem
Refaz na fusão humana a eternidade
Detém a capacidade de amar plenamente

Então, que não se rompa nenhum elo da corrente
Ainda que a intempérie se revele reticente
Saibamos ser fortes, donos do destino
Mestres e aprendizes, eternos meninos
Sentados à mesa deste farto banquete
Que nos serve a vida dispersa pelo tempo
Cada grau de graças sorvidos, vagarosamente

 

PAULO SÉRGIO ROSSETO

 

www.psrosseto.webnode.com

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Paulo Sérgio Rosseto

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP