Não sou um pensador
Aliás as vãs coisas que penso não me acham em si
Riem-se de maneira absurda e voraz
Tão assaz e intensas são as suas asneiras
Volúveis ideias simplórios ideais
Certa vez pensei que pudesse deixar o amor
Sentado na soleira da porta vendo o tempo passar
Sem me esquecer de amar
Que pudesse guardar dos perigos das horas
Os clarinhos da lua sem que fossem embora
Que voltariam amanhã para os olhos ainda úmidos
Os sorrisos de cada lágrima que chora
Que as palavras que dissesse
Cerceassem dúvidas por verdade e mentiras
Ora envelheci na oficina dos versos montada no sótão
Do coração tentando produzir poemas como quem retira
Da toalha da mesa e dos amarrotados lençóis
As manchas prensadas da solidão que atordoa
Tudo que penso enfim esvai mas nunca aquieta
Deteriora quando a consciência me acorda
Apenas a teimosia perdura acometida da ilusão
De estar aprendendo a pensar poesia
Com olhares de poeta
PAULO SÉRGIO ROSSETO
psrosseto.webnode.com
Comentários
Olá Paulo Sérgio:
Sentir-se poeta é algo que poucos o consegue, por isso, deixar passar algo tão magestosamente construído.
Sim, você não é só mais um, dentre tantos que tentam e não conseguem, por isso, poetar é algo divinamente escolhido.
Parabéns
JC Bridon
Maravilhoso poema, grande poeta!!!!
Parabéns.
Poesia de Excelência.......lindos versos, bela poesia, um certo tom filosófico
Parabéns pela publicação
Abraços de Antonio