NHEN-NHEN-NHEIM
Logo de manhã, o fanho, depois de ter sonhado um sonho repleto de emaranhados
e de coisas estranhas, molhando de suor a fronha, foi fazer a caminhada e,
após o banho, ficou acanhado ao ouvir a campainha.
Era a medonha vizinha oferecendo um cafezinho,
bolachinhas e manteiga no pãozinho quentinho,
deste tamanho.
Envergonhado, diante do ocorrido, enquanto o seu gatinho "minhava",
portou-se enfadonhamente, se escondendo para que ela
não visse sua cara toda amarfanhada,
Ficou bem quietinho no cantinho da cozinha, sequer acendeu a luz e,
no escurinho, falou baixinho: "Nhe-nhe-nhem, quem nhé?"
E o gatinho ao presentir a proximidade da vizinha engatinhou até a porta,
com suas patinhas arranhando-a, gastando suas unhas.
Mas a vizinha, coitadinha, era surdinha,
não escutou nadinha e deixou um recadinho escrito em duas linhas:
"Quando estiver sozinho toque a minha campainha ou deixe um bilhetinho,
prometo tratà-lo com muito carinho.
Assinado: Carminha, a vizinha".
Diante da façanha, o fanho assanhado que andava muito tristonho
se revelou um sujeito tacanho e safadinho, desta vez não fanhou,
mas pensou todo risonho: "terei um ganho, essa vizinha vai entrar na minha,
vai acabar no meu ninho. Ela aínda dá um bom caldo, um bom caldo de galinha."
Nota do autor : O texto não é tão bonzinho, mas também não é tão ruinzinho.
Comentários
Eu... Estou rindo.
"Homem é tudo igual, só muda o endereço."
Divertido o seu texto. Amei.
Boa tarde Samuel:
Um texto até meio cômico mas que nos mostra a profundidade do mesmo.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Parabéns
pelo texto Tute.
Um forte abraço.
#JoãoCarreiraPoeta.