O Clima
Visão turva de uma parcial cegueira
Indubitavelmente
Caminhos são surpresas
A cada curva
Água turva
Perder e perder
Se quer e tenta regenerar
O planeta quer sobreviver
A quase qualquer total pobreza
A falta de ouro não é desastre
As chuvas estão fora do padrão
Enchentes só de aguaceiro
Barrentas não baixam o nível
Uma rima com moeda de níquel
A perda da esperança
Se manifesta em lágrimas
Chove Caixas de Água
A temperatura humilha
O bom senso de locomoção
Pega no rodo largo
As perdas são na alma
Não há tempo de recomposição
Na capacidade de resiliência
Perde-se a dignidade
Áreas de risco
Deslizamentos de terra e casas
De morte e avisos
São novos climas normais
Um clima de suspense
Perde-se móveis e tudo mais
O trabalho e a renda
Suspiros de choros
Parece um mau agouro
Veio para ficar
A qualquer contragosto
Tudo é um entreposto
De mudanças climáticas
Ruas são alargadas
São lagos barrentas
Insiste em ser algo definitivo
Não dá para caminhar
Tudo é um choro
De lágrimas encruadas
Nos olhos sofridos
De quem agora
Dorme em colchão
Úmido e mofado
De nojentas políticas
Públicas desumanas
Cadê minha irmã
Cadê meu filho
Meu pai e minha mãe
Cadê meus impostos
Minha e nossa cidadania
Meu e nosso maior bem
É lixo no aguaceiro
Tenha piedade de nós
Vida que quer viver
E seguir em frente
Fim
ADomingos
Comentários
Situações trágicas e muitas constrangedoras poderiam ser evitadas mas temos que lidar com inoperância e ganância do ser humano. Parabéns pela inspiração.
Gratidão amiga Lilian
Uma situação cada vez mais evidente.
A Natureza retribui o que recebeu.
Belo poema, A. Domingos.
A natureza vinga.
Agradecido amiga pelo apoio
Abraços de ADomingos
No seu poema expressa todo o dilema do povo e a rebeldia do planeta e da natureza! Parabéns!
Com certeza amiga Editt.
Obrigado de coração
Bom dia dogmático poeta Antonio: —
Que maravilha de escrita, inefável mesmo.
Parabéns.
#JoãoCarreiraPoeta.
Obrigado amigo Poeta de coração.
São simples palavras que mostra uma triste realidade
Abraços