O Navio Negreiro
Mal entendia o tempo que voava
Ouvia com incerta atenção as noites de trovões
Relâmpagos a luz que iluminava a escuridão
Tempestades do mar eram medos e arremedos
Ouvia os choros que vinham dos porões
As lágrimas de olhos ressecados , o quê!
Avalanche de chicotes do diabo
Quem dera uma porção de quiabo
A desgraça do perdão dos pecados
A chegada em terra, demora não tardava
As correntes enferrujadas amarravam as pernas
Sangue azul ora vermelho escorria
Havia barris de vinho gourmet
Ironia do destino
O Navio Negreiro
Fedia a azedume
Fedia a fumo, o rumo a , o da escravidão
A fome consumirá a gordura
Os músculos mal sobreviviam
A história não terminou
A escravidão persiste
Para negros e brancos
Pega todos pela desigualdade
Pelo trabalho semelhante a escravidão
Um câncer a persistir em combalidas sociedades
Das mudanças climáticas do espírito
Das mudanças da mente congelada
Preconceitos são sujeiras da cidadania
Este mínimo para elevar
Um ser humano qualquer
A alguma excelência de vida
Fim
ADomingos
Jan 24
Comentários
Dedicado trabalho de alerta. Em vez de acabar, o preconceito tem amparo e força para continuar. Vergonha total.
Obrigado pela leitura e comentário.
Abraços frater
Uma pena (não da escrita) que mesmo depois da abolição e de tanto tempo passado, ainda tenha tanto preconceito e racismo entranhado.
Parabéns poeta bela e triste inspiração.
#JoãoCarreiraPoeta.
Agradecido......O preconceito e racismo persistem como um câncer na sociedade, lamentavelmente.
Obrigado pelo comentário
Abraços
Um termo forte e designa dor e morte ainda hoje sendo feito de outro jeito,por gananciosos do poder e do dinheiro. Saudações poéticas 💐
Obrigado pelo comentário
Abraços amiga Lilian
Obrigado amiga pelo Destaque
Você é uma Poetisa que sabe ler e valorizar as boas composições.
Todas merecem nosso carinho
Abraços de ADomingos
Parabéns, Antônio!
Muito bem elaborado esse texto poético.
DESTACADO
Um abraço