O Rosto!

No oco de um sujo espectro
o enrosco que surge é o rosto
e os contornos suaves do resto
que restam no chão é um pouco

Que liga, liga esta sombra triste
em elos de um extinto país distante
no jardim que não tinha um fim nem existe
na imagem de tristeza de cada instante

No espelho um reflexo disforme
um engodo sem cú ou sem nome
o fruto é fogo falso que o consome
enquanto os monstros no pasto dormem

Do falso ao que não é verdadeiro
porem absurdamente o rei está nu
uma criança grita ao mundo inteiro
enquanto vacas no pasto gritam muuuuu

Pois comeram sanduiche desfermentado
no lugar de um matinho da harmonia
beberam água de um tacho mal lavado
água benta ao final da liturgia

Porem acho que tudo não tem sabor de nada
são só ondas de vento sopradas na rua
enquanto o resto e o rosto dão risadas
da circuncisão da enorme glande da escultura

Alexandre Montalvan

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Alexandre

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