O Santo Casamenteiro

O Santo Casamenteiro

 

                                                                            Milagre? Isso é lá com Santo Antonio. O santo casamenteiro foi de fato mestre inigualável na arte dos milagres. Até mesmo esse de estar em dois lugares distantes ao mesmo tempo. Mas, não sei por que cargas d’água se diz por aí que é o santo que desencalha mocinhas que suspiram pelo seu parceiro no altar e na vida a dois, até que a morte venha a separar a dupla. E nem vamos falar do divórcio, que seria até pecado, num escrito tão bem-intencionado como este. Somente as mocinhas? O socorro milagreiro não vale para os rapazinhos ou mesmo os rapazotes? É aí que entra a minha história com a Nina.

                                                                            Acreditem, se ainda é bela, imaginem a Nina aos 17 anos, tida como a mais linda menina do Bairro Rural São Luiz. E não tinha namorado, quando a vi naquele dia, passeando no “footing” da praça da Matriz.

                                                                            Deus meu, como era linda! Tremi todo, inteirinho, e repeti o que dizia em momentos como esse: - Fica na sua. Ela nem vai te notar, bobão.

                                                                            Mas não é que notou? Alguém me deu o serviço e, como já residia na Capital, enfrentei mais de 500 km em carona de caminhão para, como quem não quer nada, apresentar-me no São Luiz, na esperança de me declarar para a Nina. Ao pai e avô, que me receberam, falei bem de mim... que era trabalhador e moço de boa família, tanto que já fora até seminarista em Aparecida do Norte, que é assim que conhecem a capital da Padroeira.

                                                                            A Nina me deu uma canseira, mas afinal, insuflada pela avó, veio me ver. Bem, não vou contar a história toda, mas o resumo da ópera é que namoramos por 22 dias, noivamos no Natal daquele ano e nos casamos exatos 9 meses depois. E estamos juntos até hoje – 48 anos passados, com sucessos e insucessos, choros e alegrias. E filhos e netos, claro. Ah, me dirão... Como foi possível tudo isso, justamente com a Nina?  E lhes responderei: Foi Santo Antonio, o santo casamenteiro, dessa vez trabalhando por mim!

 

pedroavellar - 29 janeiro - 2022

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Pedro Avellar

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Comentários

  • Linda história com final feliz!!

    Parabéns, Pedro!

    Abraço

  • 10056271890?profile=RESIZE_400x

  • UFA... Que susto!!!

    Como conheço tua Família e és meu Mano desde que nasceu, ao falar que o Santo Casamenteiro é "Santo Antonio" levei um susto...

    De pronto, pensei que fosse o "Santo" Antonio o PEsCADOR pelo qual ainda tens quase infinita devoção... Como se irmãos!!!

    MAS... Será que o Santo Casamenteiro, só faz os Milagres para as meNinas? Quando na Flor (eterna) das Idades?? Você que parece que se dá tão bem com ele, por favor, pergunte se ele não atende também quem passou dos 70!

    Bem... Paro por aqui... Mas, não antes, de perguntar: - Ela... a sweet e doce meNINA viu este Mimo???

    PS.: Hummm - Acho que vou convida-la para ingressar nesta Casa de Poetas... Afinal... Toda meNina também é Poeta, além de SER Poesia!

     

    • Grato, mano Zé. Na verdade, Nina ainda não viu. Foi um repente e escrevi isso há pouco. Ela está orando, que a pandemia recrudesceu e atingiu até a filha e genro, mas já estão bem. Grato pelo elogio.

    • UAU... Que bom que já estão bem!!! MAS...

      Cuide-se!!

      Essa tal de nefasta Pandemia

      gosta muito de fazer usucapião

      no corpo de quem faz Poesia!!!

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