Estamos no fim de uma era?
Ou é apenas uma batalha?
São rugidos ferozes de uma fera,
Ou é a palha seca que no chão farfalha?
Neste hospício que é propício para a guerra,
Num tempo em que a mentira impera
E o ódio prolifera.
Claro que tudo é fugaz,
E, quando o sol se pôr no horizonte,
O capitalismo voraz
Já não será o mesmo que ontem —
Estará agonizando
Nos becos, nas bocas, em pleno desmonte.
O sol brilha quase eterno,
Intenso, denso e inflamante.
Teu grito só será ouvido no inferno,
Quando o tempo não for mais importante.
Pois o tempo é um cavalo veloz e sorrateiro.
Tua face é hoje rosada e cristalina,
Não está ensopada por lágrimas,
O sal do mar não resseca teus cabelos —
És toda pura, dentro, fora, por inteiro.
Contudo esta é apenas uma batalha,
E o sangue que corre por toda a terra
É apenas, na verdade, uma falha
Deste início de era.
Quando todas as luzes se apagarem,
O nada será imperante.
Quando o cravo secar em tua lapela,
O tudo estará distante,
E o motor não baterá mais a sua biela.
Alexandre Montalvan
Comentários
Alexandre
descreveste os acontecimentos no tempo presente
nada é eterno no planeta terra
seu versar ficou de alerta, quem dera que muitos mudassem de ideia
e o mundo voltasse a ter paz verdadeira
um abraço
Parabéns pela sua inspiração! Boa noite poeta Alexandre!
"Quando todas as luzes se apagarem,
O nada será imperante.
Quando o cravo secar em tua lapela,
O tudo estará distante,
E o motor não baterá mais a sua biela."
Parabéns pela inspiração,Alexandre!
Abraço