O TELEFONE

 

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O TELEFONE
 
Eu tenho um fone antigo, sem serventia,
Que em meu quarto sozinho me faz companhia...
Já foi da felicidade carteiro!
 
Porta-voz de alguns devaneios,
Muito me disse de males alheios,
E, da morte inda foi mensageiro!
 
Há muito não serve a minha pessoa,
Nenhum tilintar de seu bojo ressoa...
Também vive só, nada ouve e nada fala!
 
Guarda com ele grandes segredos,
Historias de amor de vários enredos,
E até da paixão que avassala!
 
Porém, ontem na madrugada vazia,
Saiu enfim de sua apatia...
Seu tintinar ouvi de repente!
 
Atendi no instinto do amor... Contudo,
O lado oposto ficou mudo,
E, senti a dor da saudade somente!
 
Mas, ela  é palavra abstrata,
Apenas  quem sente a retrata...
É prenhe de sonhos e vãs  esperanças!
 
Por isso a razão me chamou à verdade:
- Foi ela a estafeta desta saudade!
Mas, saudade não telefona... Só manda lembranças!

Nelson de Medeiros , 14/06/2020

 

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Comentários

  • Que linda expressão poética, meus aplausos! As lembranças são quiça a inspiração mais bela diante da mudez da saudade. Abraços poéticos

    • Gratissimo, poeta. Obrigado pela intereção e leitura.

      1 ab

  • Aí que poesia mais linda!!!!

    Realmente,a saudade é  palavra abstrata,

    Apenas  quem sente a retrata..

    Não telefona, só manda lembranças.

    Parabéns, Nelson!

    Um abraço

    • Fico até sem graça ante tamanha gentileza,,,

      Grato mesmo,

       

      1 abraço

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