O tempo parou

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O tempo parou 

 

Cabal é este destino estancado agora

Parado no ar submetido ao tempo

As horas pararam de correr então

É a agonia do agora 

É uma esperança sem herança

É um lutar sem luta

Tudo está paralisado

Minhas dores somente doem

Não é um fim somente um estanque

Que sopre o vento um arranque

Um abraço aos que sofrem

Não há lugar para saudade

É somente um momento

De muita reflexão

De rever as conquistas

Que amor ficou

O que há pendurado na parede

Se está pintada de verde

A vida não quer parar

O tempo quer continuar

É hora de acordar

Do sonho mentira

Tire uma tira do jornal

As notícias são de ontem

Agora tem-se a cama 

Fugir é preciso desta lama

Chamem a enfermeira

Pela campainha

Chamem o café

Pela campainha

Chamem um colega

Pelo braço

Chamem um aperto de mão

De corda no relógio

Me dê uma fatia de mamão

Me puxem daqui com uma mão

Bote o relógio para funcionar

Que as horas retornem

Ao seu devido tempo 

 

Fim

ADomingos

Agosto 23

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Comentários

  • Gestores

    Reitero o destaque, A. Domingos.

    Há tempo para tudo.

  • É isso mesmo, esta é ordem, o pedido aos que nos cercam, aos que convivem e respiram conosco, é preciso que cada um saia da sua bolha e olhe para nós.

    Aplausos!

  • Olá amigo Antônio Domingos:

    Um expressivo poema.

    Belos versos que tocam fundo o coração dos que procuram viver cada dia como se último fosse.

    Parabéns

    Abraços

    JC Bridon

  • 12213834065?profile=RESIZE_584x

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