Passagem
Quem cola o bilhete do tempo
Que nos leva de volta à infância?
Só queria ser passageiro
E poder visitar a minha criança
Na velha casa de hábitos velhos.
Tantos anos castigam sua velhice.
(Castigam também este coração.)
O presente devasta o passado
Mais que o incerto futuro.
Está em pedaços o bilhete,
E estou só nesta estação.
Mas eu queria voltar para lá.
Entrar na casa. Ir para o quarto.
Deitar sob o cortinado.
Esperar ele vir clarear a noite.
“Bença, pai!” – eu pediria.
“Durma com os anjinhos.”
Ele diria antes de apagar a luz.
E a noite inteira ficaria azul
Como os olhos dele.
(E. Rofatto)
Comentários
Que linda e sensível poesia.
Seria tão bom se pudésssemos voltar e sentir
novamente o toque quente das mãos de nossos
pais e entes queridos. Me emocionei com teu poema.
Parabéns Rofatto! Bom te ver aqui.
DESTACADO
Grato, Angélica, pela leitura, apreciaçao e acolhida!
É muito bom estar aqui na Casa.
Um abraço!
Grato, Fernanda! Um abraço!
Deslumbrante!
Estou encantada com tamanha beleza. Parabéns, Edvaldo!
DESTACADO
Um abraço
Grato, Márcia! Um abraço!
Grato, Margarida! Um abraço!