Iluminado por uma luz artificial
um vulto se ergue como uma assombração
situação absurda aflitiva e anormal
e eu sinto uma benévola afeição
Muitos milhões de anos se passaram nesta casa
a lua com seu olho brilhante procurava em vão o amor
fria tão fria a cada era que extravasa
alternadas em vão por eras de calor
Estou tão só e este vulto é a única companhia
tenho em mim a sua alma e de outros tantos
que me vejo ensopado pelo espanto
que nenhum outro pensamento ou vontade me valia
Sou uma alma lançada a um fosso profundo
como um verme preso à língua do satanás
corro da morte desde o inicio do mundo
e a fome de amor me transforma em um ente voraz
Enquanto espero este sentimento supremo
vivo em desespero nesta existência de horror
eu como o pó da terra e por isto eu blasfemo
e este ser saído da luz é meu eu pecador
Alexandre Montalvan
Comentários
Amigo Alexandre:
Concordo com tudo o que a vida tem a oferecer.
Parabéns, belo texto.
Abraços
JC Bridon
Sua poesia é muito forte. Sentimentos que você estravassa com maestria.
Forte, intenso e suplicante poesia de vida em prol da compaixão pela existencia furtiva. Parabéns