Pela fresta de minha janela

Pela fresta de minha janela entrava um zunido
Pareciam palavras apertadas encolhidas pelo frio
Um assobio primeiro percebido pelo toque sentido
De uma chama quase adormecida em meu leito macio

Desperto coloquei os pés descalços no chão e abri as janelas
Como se eu libertasse as palavras condensadas na vidraça
E elas correram na direção da chama reacendendo o toco de vela
Trazendo versos à uma tela antes vazia como vinho sem taça

Havia uma graça quase imperceptível naquela noite de inverno
Olhei para aquelas folhas espalhadas no chão pelas mãos do vento
Textos escritos pelas mãos de um menino saídas de um velho caderno
Lembranças acolhidas no calor da chama azul de meus olhos remelentos

Deus abençoe as memórias que trazemos nos olhos
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=h9gNMtoXyJY

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Comentários

  • Gestores

    Muitos de vocês estão escrevendo sobre as memórias.

    Você deve ter muitos cadernos e falta meias. Brincadeirinha Querido Amigo. 

    Maravilhoso poema. DESTACADO.

  • Olá Carlos Correa:

    Um belo poema retratando o que pode, e consegue o poeta inspirado no que sua vida vivida pode recolher.

    Parabéns.

    Abraços

     

  • Que lindos versos, Carlos. Quão poéticas as "lembranças acolhidas"... Parabéns.

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CPP