Peregrino
Eu não gosto quando falam de presságio,
E nem creio em quem diz que é vaticino,
Não domino esse dom de salafrário,
E na vida eu sou mesmo é peregrino.
Sem emprego vou e volto, sempre, a pé,
Com a minha sacolinha sobre os ombros,
Não dou conta, eu sou romeiro e com José,
Pelos áditos da vida vejo escombros.
Tenho raiva de olhar tanta desgraça,
Que eu me sinto um ser fúfio, impotente,
Já não rio e meu semblante tão sem graça,
Não difere do semblante cabisbaixo dessa gente.
Eu prossigo e vou vivendo iniludível,
E não temo o amanhã, pois o meu norte,
É viver, porquanto isto, é imprescindível,
Até ao dia que eu me finde com a morte.
Edith Lobato - 03/02/19
Comentários
Parabéns parabéns poetisa fantástico abraços de coração
Belíssimo poema, Edith!
Parabéns.
Bjs.
Marcia querida, obrigada pela leitura.
Gratidão.
Elegante, sábio e inteligente...adorei ler. Fica com Deus
Obrigada Carlos pela leitura e comentário.
Gratidão.
Um Belíssimo Poema, sofisticado em seu vocabulário;
- de leitura cadenciada e contínua, seja pelas rimas, pela sequencia das palavras certas nos lugares certos, e não importa ou incomoda a mim, se o assunto for sobre um momento difícil para o Brasil, violento, sem rumo, sem administração presidencial ( do lamentável Executivo) e aqui neste Poema se retrata o flagelo do desemprego, que somente na mente de uma Poetisa, as reflexões e figuras de linguagem, nos faz ter um olhar mais ameno, que é preciso.
Situação dramática em termos de distribuição de renda. Logo terei finalizado um artigo sobre a distribuição de renda no Brasil.Uma catastrófe.
Parabéns amiga e Poetisa Edith por esta obra de valores.
abraços Antonio
Obrigada Antonio, por ler e comentar.
Gratidão.