Profecia

Enxague o sangue das tuas chagas
Sem forças se entregue à alegoria
Os braços abertos na pura ironia
Abraça o teu povo em tuas asas.

Teu peito transpassado pela lança
Lançada pela mão do destino
A esperança da vida é teu hino
Um desafio à morte, a desesperança.

É teu este imenso e diverso universo
Fonte da loucura e eterna melancolia
Espinhos de fogo encravados e imersos
Em tua coroa de rei, já tão sombria.

Afaste-se deste copo de cerveja
Também desta disforme fantasia
Recolha as moedas sobre a mesa
E passe para outro a profecia.

Alexandre Montalvan

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Alexandre

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