Professores no parque das controvérsias

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Geralmente o discurso é a negação do próprio exemplo. Não se resiste à vaidades e egoísmos.  Equilibram-se desculpas na roda gigante das controvérsias sociais e rodam-se mentiras na engrenagem da contradição.

 

Reclama-se do clima social e constroem-se cidadãos multiplicadores desta sociedade armada e triste. A estrutura celestial que nos sustenta se fragiliza nos esteios do corpo precocemente gasto e poluído. Memoriza-se o capítulo histórico da abolição da escravatura, como um chocalho para desviar a atenção de todo tipo de escravidão ao redor e no íntimo de cada um.

 

O parque de diversões da sociedade tem mais brinquedos e jogos de fazer chorar e simular a morte, porém, o preço é pago para a humanidade se divertir incessantemente com a dor e o extermínio próprio. É uma cavalgada que prossegue aos empurrões pelo esforço da sobrevivência. Andando, chorando, competindo, morrendo.

 

No mundo mágico das cavernas, o rosto das assombrações não assusta nem surpreende, a magia de sonhar nas curvas do desespero, faz os soldadinhos de chumbo desta guerra insana prosseguirem com a barriga estufada de ilusões.

 

Por onde andam os governantes obesos mentais que arrotam promessas de que tudo vai melhorar, desde que o contra-cheque dos funcionários continuem rodopiando para cobrir rombos do desperdício e da roubalheira?

 

Em que passarela desfilam correndo a família e os educadores que nem vêem o estrago da pedagogia que muito mais distorce e maltrata do que estrutura e constrói?

 

Nesse universo virtual estão confinados, abstratos e distraídos todos aqueles que outrora reclamavam das cavernas escuras dos primórdios e da aurora da vida. A humanidade brinca noite e dia com um brinquedinho que ela cria e sustenta, adoece e morre:  a informação.

 

É preciso entender que a juventude que chega, nada romântica, agredida pela violência pra todo lado, hiper informada do feio, do mau, do ruim, tem o direito de sonhar, de viver melhor, de se aconchegar. Essa juventude está sendo convencida de que fank é música, que promiscuidade é amor, que religião é lucro,.

 

Educadores, tem jeito sim, mãos à obra.

Ivone Boechat

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Comentários

  • Verdade, a juventude que chega traz uma bagagem muito frágil.

    Excente composição.

    Parabéns!

  • 3617856?profile=RESIZE_710x

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