Quando choram as guitarras...

Permanecia sentado sobre à banqueta
Os pés molhados pelo vai e vem das carícias do mar
Notas que imploravam ao poeta
Amor esperança ou quem sabe ousadia

Olhava ao alto
Não haviam estrelas
Assim acreditava
Os astros haviam sido esquecidos

Assim imaginava
Nuvens e relâmpagos calaram as rimas
As sombras abraçavam à escuridão
E era assim que tudo via

Nas ruas choram as guitarras
Flautas amargas guiando corvos e cobras
Lá fora uivos de sentimentos sem acordes
Cordas escolhendo seus corpos e cartas

E ouvia obsediado a cada voo na noite...
Olhe ao seu redor
Não existem mais canções de amor
Seus dedos estão congelados
Já não existe amanhã

Mas um Homem caminha
Nas costas sonhos e magia
Era diferente da maioria que o cercava
E lembrou rapidamente de quando os tinha

Num ágil movimento
Quase reflexo do que ainda existia
Conseguiu perguntar
Como chegou até aqui?
Nunca desisti
Como consegue ouvir a canção?
Como consegue ainda ter inspiração?
Mantive acesa a chama em minhas mãos

Mas não entendo sempre acreditei
Acreditar meu querido é diferente de ter fé
A fé é a certeza que existe dentro do coração
Mesmo que adormeça
Essa você nunca perde
Mas a crença pode muitas vezes ser manipulada
Pelos vizinhos que você mesmo atrai

Olhe para dentro
Peça perdão traga lá do fundo
Uma sincera oração
E recomece cada passo
Agora na correta direção

E por entre as nuvens sorriu o luar
Das teclas aquecidas renasceu a melodia
Na verdade eu diria despertaram as canções de amor
E invadiram a madrugada brilhando sob as estrelas
Nas serestas que trouxeram a doçura no olhar em cada janela

E a música se espalhou lembrando quanto é importante
Manter acesa a chama que está em sua mão
Um pequeno pedaço do fogo no infinito universo
A grande fogueira chamada Fé
Que nos guia pelos longos labirintos
Trazendo a certeza do encontro de Planos
Cada vez mais elevados
Basta pra isso que tenhamos atitude
Seguindo as notas da infinita partitura da Música de Deus.

Fiquem com Deus
Carlos Correa

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Comentários

  • Lá fora, ou seja, além dos nossos próprios limites de visão, de sentimentos e etc. há tanta gente clamando por alguma dor.

    Belíssimo poema.

    Aplausso!

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CPP