"Quão dolorosas são, as dores sofridas pela dor"

(...) A mim, custoso é acreditar em uma paixão, ao opróbrio completamente envilecida...
Envilecida? Sim! Debilitada? Também!
Debilitada pela certeza da insensatez...
Debilitada pelo desgosto da impureza, causado pelo contato entre ignomínia de espírito e fél de amargura da alma...
Debilitada pela fraqueza do fracasso, causada pela busca da conquista do verdadeiro amor inatingível...
Nada mais me resta, além do mau cheiro encarniçado da angústia causada pelo desgosto...
Desgosto de muitas vidas passadas, que sem deixar saudades se foram juntas com o melhor dos tempos de antanho...
Desgosto que jamais acolhi, em meu seio de afeição...
Desgosto que roubou-me as premissas de meu espírito, que estava corroborado pelo desejo de um olhar provindo do ápice extasiante, da flor da juventude...
(...) O que ser-me-ia mais custoso que esta dívida forjada pelo descaso?!
O que de melhor poderia eu querer, antes que sobre mim viessem agruras do meu passado?
Qual é a quantia exata, para se quitar a dívida deixada por um óbice refratável?
(...) Quiçá será à custo de muito clangor!
(...) Ou inda, possa ser mais fácil esperar por um novo encontro paradoxal, entre o efeito da amargura despojado do seu desejo aversivo por vingança e a fútil delicadeza existente no recôndito espírito da dúvida...
A mim?! Quem sabe o melhor não é outro amor encontrar...
Por mim?! Amores que vem... amores que vão...
(...) É tudo uma bela e inalienável ótica pitoresca, da amargura causada pelos acúleos envenenados da ilusão...
Ah sim!...
(...) Essa grotesca e asquerosa visão surreal, da ilusão na sua maior plenitude de espírito...
Sim! Esses malfeitores olhares dialéticos, entrecruzando-se entre nós, subjaz a uma debalde esperança de nos arrebatar, para as mais distantes e inóspitas dimensões dos mundos paralelos de nossas criativas e lúdicas mentes...
Sim! Nossas esperanças andam de mãos dadas sorrindo com verve de besnico, com nossas raquíticas e tenebrosas fraquezas...
(...) E agora?
Onde estais, ó querida e tão aprazível de meus diletos desejos?
Onde estais, perfeição de todas as perfeições?
Onde estais, tu que sempre fostes a joia mais rara que um dia já fora encontrada?
Onde estais, tu que sempre enlevastes minh'alma, ao cume da montanha das paixões?

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